A vacinação é essencial para um envelhecimento saudável. Com o avançar da idade, o sistema imunológico, que cuida das defesas do organismo, passa por um processo gradual de desgaste. O fenômeno, conhecido como imunossenescência, pode favorecer infecções respiratórias, doenças cardiovasculares e o desenvolvimento de câncer.
Para estimular a proteção da população com 60 anos ou mais, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) elaboraram um guia completo para essa faixa etária.
Informações sobre doses, intervalos e informações sobre contraindicações e efeitos colaterais estão compiladas no Calendário de Vacinação Idoso 60+, disponível online.
“Nos dedicamos em ter um calendário moderno atualizado, que engloba diversas vacinas, aquelas que estão no Programa Nacional de Imunização e outras”, frisa a médica Maisa Kairalla, presidente da Comissão de Imunização da SBGG, em comunicado.
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Doenças respiratórias
O enfraquecimento do sistema imune de idosos abre brechas para que doenças comuns se tornem uma encrenca ainda maior.
É o caso da gripe, por exemplo, que pode levar a quadros mais graves e até hospitalizações desses indivíduos. Por isso, anualmente, a turma é contemplada nos grupos prioritários da campanha do Ministério da Saúde.
No documento, as sociedades médicas recomendam a dose quadrivalente, que contempla quatro cepas do vírus influenza e está disponível na rede privada. No Sistema Único de Saúde, é ofertada a versão trivalente, com três linhagens, que também confere ampla proteção contra a infecção.
Esse grupo também faz parte da estratégia de imunização anual contra a Covid-19. É importante manter a dose em dia para evitar complicações ocasionadas pelo coronavírus.
Ainda no contexto respiratório, o vírus sincicial respiratório (VSR), que afeta principalmente bebês e crianças pequenas, também pode infectar avôs e avós que têm contato com os netinhos.
A vacina Arexvy, usada nesse contexto, está disponível apenas na rede privada. A indicação é de uma dose, especialmente para pertencentes a grupos de maior risco como indivíduos com doenças cardíacas, pulmonares, renais, do fígado ou com diabetes.
Já a doença pneumocócica pode provocar meningite e fazer estragos pelo corpo, atingindo pulmões, ouvidos e sangue. Para evitar os danos aos mais longevos, são recomendados dois imunizantes, as doses pneumocócicas conjugadas VPC13 ou VPC15 e a polissacarídica VPP23.
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Herpes-zóster
A queda da imunidade é um prato cheio para o surgimento do herpes-zóster. Além de dor, a condição é relacionada a lesões na pele e até impactos para os olhos.
A vacina só pode ser tomada na rede privada e está presente no calendário de rotina a partir dos 50 anos de idade, caso não tenha sido aplicada anteriormente.
Outras infecções
Difteria, tétano e coqueluche são alguns dos nomes comuns quando falamos na caderneta infantil.
Contudo, a proteção de idosos contra essas doenças bacterianas também é relevante. As entidades recomendam diferentes esquemas, de acordo com o histórico de imunização de cada um. O ideal é questionar o médico em consultas de rotina e relatar se já recebeu ou não as doses para avaliar a necessidade de reforços.
A hepatite B afeta o fígado, com risco de desenvolvimento de complicações, como cirrose e câncer hepático, e de morte. O esquema de rotina prevê a aplicação de três doses.
Para idosos não vacinados anteriormente contra a febre amarela, o profissional de saúde deverá avaliar a indicação, considerando o risco da doença e de eventos adversos nessa faixa etária ou decorrentes de comorbidades.
Em caso de dúvidas, é recomendado realizar uma consulta médica ou buscar o posto de vacinação mais próximo e verificar se a caderneta está atualizada.