Inspiração olímpica: 8 esportes pra você começar a praticar
Iniciar uma nova atividade física pode ser desafiador, mas, para vencer o sedentarismo, é preciso tentar e se animar
A cada quatro anos, os olhos do mundo se voltam para quadras, raias, campos, ginásios, ringues, entre tantos outros espaços que recebem atletas das mais diversas nacionalidades, munidos de capacidades que nos fazem questionar os limites da força, da rapidez e da destreza humanas.
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos representam o encontro de povos, culturas e, sobretudo, de apaixonados pelo universo esportivo. Não é à toa que encantam pessoas de todas as idades, podendo inspirar até quem não é atleta e está de fora do páreo a abraçar uma atividade física. Paris é a sede da vez.
Entre julho e agosto deste ano, a Cidade Luz acolherá mais de 10 mil profissionais, que serão acompanhados por bilhões de espectadores em todo o planeta.
Para quem faz das competições de alto rendimento um estilo de vida, pode ser necessário começar cedo. A disciplina é rígida, com sessões pesadas de treino, alimentação regrada e sono sagrado. Mas se você, que não integra uma delegação olímpica, já se sente motivado a se mexer só de ouvir falar dos Jogos, a edição Paris 2024 realmente pode ser uma oportunidade instigante.
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Não se preocupe em bancar um novo Fernando Scheffer, Rebeca Andrade ou Rayssa Leal. Meros mortais, adeptos do esporte amador, também podem colher inúmeros benefícios com a prática regular e informal das mais diversas modalidades — e saiba que duas delas farão seu début nesta temporada.
Claro, ninguém propõe sair se lançando numa prova de 100 metros com barreiras. Antes de mais nada, convém checar como está o corpinho. Principalmente se pensar num esporte ao qual nunca esteve habituado.
“O primeiro passo é fazer uma avaliação médica para verificar se você está apto ou se apresenta alguma condição que contraindique aquela prática”, orienta o ortopedista especializado em medicina esportiva Gabriel Pecchia, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Tampouco é recomendável tentar se equiparar ao ritmo dos atletas de elite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula que adultos adotem de 150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana. Não se trata de missão impossível!
Aliás, deixar o sedentarismo de lado passa por um exercício de paciência e bom senso. Por vezes, os indivíduos querem recuperar o tempo perdido e tropeçam no percurso. Ir com muita sede à quebra de recordes, ainda que pessoais, não raro acaba em dores e lesões.
“O ideal é que inicialmente se faça um pouco de musculação para ganhar massa muscular, seguida pelo treino cardiorrespiratório com corrida ou caminhada na esteira”, sugere Pecchia. “Depois, já com certa aptidão, dá para partir para o esporte desejado, sempre com acompanhamento e elevando a carga gradualmente”, completa.
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Como começar a praticar um esporte?
Não tem como escapar: estrear num novo esporte ou treino exige um reforço prévio no condicionamento físico, bem como uma adaptação aos movimentos que serão demandados. E são justamente esses cuidados que irão reduzir o risco de acidentes, comprometendo todo o investimento depositado no hobby e no processo de mudança de estilo de vida.
“As lesões mais comuns são distensões musculares, rupturas dos ligamentos ou entorses, inflamações ou irritações nos tendões, as tendinites, além de impactos articulares”, aponta o ortopedista e médico do esporte Wander Ama, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
Entre as estratégias para evitar complicações e afastamentos estão o alongamento, a evolução progressiva de cargas, a hidratação adequada e a alimentação equilibrada, sem falar no tempo de descanso e na valorização de boas noites de sono.
Clique aqui para entrar em nosso canal no WhatsApp“Sempre realize um aquecimento antes do exercício em si para preparar os músculos, as articulações e os tendões. O alongamento também é importante, porque melhora a flexibilidade”, expõe Ama. Repouso é outro recurso que vale ouro. “É preciso dar tempo suficiente para o corpo se recuperar após os treinos. O descanso é crucial para prevenir prejuízos ligados à sobrecarga muscular”, enfatiza o médico da SBOT.
No rol de medidas de segurança, o uso de equipamentos apropriados e em bom estado é imprescindível. “É fundamental se certificar de quais são as roupas e os calçados indicados para a atividade escolhida e verificar se eles estão ajustados corretamente ao corpo”, observa Ama.
Caneleira, joelheira, protetor facial… A depender da modalidade, muda a lista de aparatos. Também é crítico aprender a realizar as posturas convenientes a cada movimento — por isso faz diferença ter sempre um instrutor por perto. Por fim, atenção aos sinais do corpo. “Em caso de dor ou fadiga excessiva, melhor parar imediatamente o exercício”, aconselha o especialista.
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Um passo de cada vez
Apesar dos apelos da profissão, correr não estava nos planos da jornalista Marina Carvalho, de 24 anos, de São Paulo. No início do ano, ela se inscreveu para participar de uma maratona junto com uma amiga. O curioso é que, até então, a comunicadora jamais havia praticado o esporte.
“Estava praticamente sedentária à época, fazendo beach tennis uma vez por semana. Pensei: ‘Vou começar a correr para não passar vergonha’”, relata. No horizonte, o primeiro desafio: vencer 5 km.
Os primeiros passos foram dados na esteira. No dia número 1, chegou a alcançar 30% do percurso estipulado para o evento que estava por vir. “Foi bem sofrido. Mesmo assim, decidi treinar num parque depois, e o sufoco foi ainda maior”, relembra a paulistana.
Para melhorar os ânimos, um apoio estava a caminho. Além da amiga, uma prima decidiu aumentar a equipe. Com um pouco mais de experiência e o suporte de uma assessoria especializada, as duas passaram a treinar com orientações individualizadas. E não pararam…
Não importa se você vai participar de uma maratona ou só concluir a volta no parque, o segredo do sucesso, segundo um dos maiores nomes da atividade física no Brasil, Marcio Atalla, é sempre respeitar o próprio ritmo.
“Tome cuidado com a pressa e evite grandes distâncias no início. Busque aumentar a cadência aos poucos para que o organismo acompanhe tanto os estímulos cardiovasculares como os do aparelho locomotor”, explica o professor.
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Se está difícil sair da inércia, ter um parceiro de exercício pode ser o empurrão que faltava. Para Marina, contar com a companhia de pessoas queridas tornou as passadas um momento de lazer.
Dia após dia, com direito a muito suor, a jornalista concluiu a sonhada maratona. Foi a linha de largada para outras provas e cuidados com a saúde. Marina não quer disputar a competição de 42 km nas Olimpíadas…
“Posso dizer que é quase uma terapia. Em dias ruins, você corre e termina o treino como outra pessoa”, diz. “A corrida trabalha tanto o aspecto físico como o psicológico. Me ajuda a espairecer e continuar o dia de forma mais positiva”, reflete a paulistana, hoje bem longe do sedentarismo.
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As vantagens da corrida e de outras modalidades esportivas para o corpo e a mente são amplamente validadas pela ciência. Uma vida mais longa, com menos entraves pelo caminho. Para alguns, quebrar recordes pessoais é um estímulo. Para outros, basta a sensação de dever cumprido após 30 minutos cronometrados no relógio.
Em algumas semanas, o mundo será apresentado a feitos quase inacreditáveis das maiores feras do esporte — seja no novato breaking dance, seja nas provas clássicas de salto com vara, corrida ou arremesso de peso.
Nessa lista, estão mais de 200 atletas brasileiros com a presença confirmada. Será possível acompanhar o show diretamente das redondezas da Torre Eiffel, pela TV ou internet. Enquanto torce por quem vai levar a medalha, a inspiração olímpica vai chegar até você com a seguinte pergunta: vamos começar?
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