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O poder da atividade física na transformação de vidas

Exercícios físicos são essenciais para a saúde, mas é preciso discutir políticas públicas e engajamento da iniciativa privada para promover o acesso a todos

Por Amanda Costa, educadora física*
24 Maio 2023, 10h26
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Atividade física é capaz de alimentar esperanças e sonhos, defende educadora física. (Foto: rawpixel.com/Freepik/Divulgação)
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O que embaixadinhas feitas por um menino de 13 anos, nas escadarias da Rocinha, maior comunidade do Rio de Janeiro, tem a ver com movimentos de balé, realizados por uma senhora de 72 anos, a partir de uma cadeira e orientação online, numa casa no bairro da Brasilândia, em São Paulo?

Ambas as atividades são capazes de alimentar esperança e sonhos. Ao mesmo tempo em que movimentam seus corpos e melhoram a saúde, essas pessoas se tornam também mais felizes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), uma população ativa contribui, inclusive, para o desenvolvimento da saúde pública.

Por meio de estudos, ficou comprovado que praticar atividade física regular reduz o risco de doenças crônicas, melhora o humor, aumenta a autoestima e tem impacto significativo no bem-estar mental e emocional, beneficiando a qualidade de vida de forma geral.

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Com isso, fica clara a importância da prática esportiva para a manutenção da saúde integral e evolução de qualquer ser humano – é uma ferramenta poderosa para transformar vidas!

Uma pesquisa do Instituto Ipsos de 2021, mostra que o tempo dedicado a exercícios entre brasileiros é metade em relação à média global.

O levantamento, que entrevistou mais de 21 500 pessoas em 29 países, demonstra que os brasileiros se exercitam apenas três horas por semana, contra a média de seis horas semanais das outras nações.

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O Brasil é o segundo país com mais pessoas que declaram não investir nenhum tempo ao condicionamento físico (31%), perdendo somente para o Japão (34%).

Os três principais fatores que afastam os brasileiros de atividades físicas é a falta de tempo (32%), a falta de recursos financeiros (21%) e a ausência de instalações adequadas nas proximidades de onde vivem (13%).

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Com estatísticas como essas, vemos como é vital discutirmos políticas públicas e engajamento da iniciativa privada para democratizar o acesso à prática de exercícios e combater comportamentos sedentários para comunidades onde os recursos são limitados.

O tempo gasto no trajeto para chegar ao trabalho ou à escola poderia ser utilizado para proporcionar mais qualidade de vida, por exemplo.

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De acordo com o Journal of Physical Activity and Health, publicação global que divulga pesquisas relevantes para a ciência e o condicionamento físico no que se refere a resultados de saúde, pessoas com baixo nível socioeconômico são fisicamente menos ativas do que aquelas de classes mais altas.

Para nortear as autoridades de saúde ao redor do mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em 2018, um Plano de Ação Global, que tem como objetivo combater o sedentarismo – e, para isso, traz metas claras para reduzir a inatividade global, sendo 10% até 2025 e 15% até 2030.

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Como favorecer a prática de exercícios

Existem várias estratégias que podem ser usadas para melhorar o acesso a atividades nas comunidades.

E essas ações devem passar pela análise do contexto sociocultural dos indivíduos.

Um exemplo é a oferta de atividade online para chegar aonde as pessoas não teriam locais públicos apropriados.

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Outra abordagem é aumentar o financiamento para parques públicos e instalações recreativas, que podem oferecer opções gratuitas ou de baixo custo.

Isso pode incluir o desenvolvimento de trilhas para caminhada e ciclismo, bem como a instalação de equipamentos de ginástica em espaços públicos.

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Uma solução eficaz é fazer parcerias com escolas locais e organizações comunitárias. Isso pode incluir programas extracurriculares, ligas esportivas e aulas de ginástica acessíveis a todos os membros da comunidade.

Além disso, dá para divulgar as iniciativas por meio de campanhas nas redes sociais ou eventos comunitários.

Políticas podem ser implementadas para apoiar essas medidas, como leis de zoneamento que exigem a instalação de calçadas ou ciclovias em novos empreendimentos.

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Isso pode ajudar a criar um ambiente mais favorável para as práticas e incentivar os indivíduos a se envolverem em atividades regulares.

Derrubar essas barreiras é o objetivo do Instituto Sempre Movimento (ISM) que, desde 2020, vem atuando como uma ONG (organização não governamental) para promover ações gratuitas com oferta de saúde de qualidade para os mais vulneráveis socialmente.

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Entre os projetos, estão o Envelhecer Sustentável, que leva exercícios com orientação online e gratuita para adultos acima de 50 anos, e o Craques da Rocinha, programa que oferece atividades de educação socioesportiva a 130 crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos.

Criado a partir do sonho de democratizar o movimento para todos, o ISM vem, ao longo desses anos, buscado parcerias com a iniciativa privada, e já atendeu mais de 18 mil pessoas – entre crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Nosso desejo é levar, para o maior número de pessoas, os benefícios físicos, mentais, emocionais e sociais da proporcionados pela atividade física.

*Amanda Costa é educadora física, fundadora e diretora do Instituto Sempre Movimento (ISM)

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