Atualmente, estima-se que 44 milhões de pessoas no mundo sofram de demência — e esse número deve triplicar até 2050. De olho em atitudes que podem ajudar a frear esse crescimento, uma pesquisa realizada pela Universidade de McMaster, no Canadá, voltou-se para o impacto dos exercícios. Conclusão: ser fisicamente ativo espanta a demência nos mais velhos, enquanto o sedentarismo é tão prejudicial quanto carregar uma tendência genética desfavorável.
Os cientistas coletaram dados de 1 646 canadenses com idade superior a 65, que foram acompanhados por cinco anos. No começo, nenhum participante apresentava panes na cabeça, e uma minoria carregava uma variação genética que aumenta o risco de desenvolver a doença mental — a ela se dá o nome de alelo apoE e4.
Era de se esperar que os portadores dessa alteração no DNA apresentassem déficits cognitivos com mais frequência, mas algo surpreendeu os estudiosos: os voluntários inativos, mesmo se possuíssem “genes saudáveis”, tinham uma probabilidade similar de desenvolver demência do que gente com o tal apoE e4. Ou seja, pensando na perda das capacidades mentais, ficar parado é tão ruim quanto ter a disposição genética.
“É importante ressaltar que os indivíduos fisicamente ativos nessa amostra disseram que caminhavam três vezes por semana. Isso significa que você não precisa treinar como um atleta olímpico para obter os benefícios”, disse Jennifer Heisz, uma das autoras da pesquisa, em entrevista à SAÚDE.
Apesar de nenhuma melhora ter sido reportada entre aqueles que se exercitavam e tinham a variação genética, essas pessoas devem continuar se movimentando. Até porque várias outras doenças, como as cardiovasculares, podem ser evitadas pela atividade física. Como disse Jennifer Heisz: “A mensagem que importa aqui é que não fazer exercícios pode anular completamente os efeitos protetores dos genes saudáveis”.