Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, durante o ano de 2016 foram registradas 64 notificações de hepatite A no estado paulista. Em 2017, o número pulou para 786. Nos quatro primeiros meses de 2018, a cifra já está em 301 indivíduos e, ao que tudo indica, o total de infectados será ainda maior até dezembro.
Mas o que explicaria esse fenômeno, que se repete na mesma velocidade em outros municípios? “No cenário atual, a infecção está atingindo principalmente homens que fazem sexo com homens”, observa o médico Paulo Abrão, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Nesses casos, o principal tipo de contágio é o sexo oral – outras formas envolvem a ingestão de água ou comida contaminadas pelo vírus. “As formas de prevenção incluem tomar a vacina contra a hepatite A, limpar bem os alimentos antes de consumi-los e fazer uma boa higiene do corpo“, lista Abrão.
Perfil da infecção
Contágio: o vírus invade o organismo pela boca. No surto dos últimos meses, o risco está ligado sobretudo a sexo oral sem proteção.
Sintomas: vômito, febre e icterícia podem pintar. Na maioria das vezes, o quadro evolui bem. Raramente, o fígado sofre uma hepatite fulminante.
Tratamento: nesses casos mais graves, é necessário agir com extrema rapidez para evitar a morte. O indivíduo precisa de um transplante urgente.
Vacina: disponível na rede pública desde 2014 para crianças com mais de 12 meses de vida, ela pode ser tomada em qualquer faixa etária.