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O que faz uma mulher precisar de um transplante de útero?

Feito pela primeira vez na América Latina, o procedimento traz esperança a quem sofre com certas condições ou não consegue engravidar

Por Karolina Bergamo
Atualizado em 31 out 2016, 13h45 - Publicado em 31 out 2016, 12h38
 (Foto: Bruno Marçal/)
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Algumas disfunções, como a síndrome de Rokitansky — em que suas portadoras simplesmente nascem sem o órgão — atrapalham o sonho de ser mãe. E, para resolver o problema, só mesmo um transplante. Na América Latina, o procedimento foi realizado pela primeira vez no começo deste mês de outubro, em São Paulo. Uma equipe de profissionais do Hospital das Clínicas transportou o órgão de uma doadora que teve morte cerebral para uma paciente que nasceu com a síndrome — isso após três anos de pesquisa. “Essa é a única chance, até o momento, de conseguir uma gestação com essa síndrome. Mas existem outras formas de ser mãe, como por meio de adoção ou de útero de substituição, em que outra mulher carrega o bebê”, esclarece Dani Ejzenberg, ginecologista que integrou o time responsável pelo transplante.

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A síndrome de Rokitansky acomete uma a cada 5 mil mulheres. “Na maior parte das pacientes que nascem com ela, o único problema é mesmo a ausência do útero”, explica Ejzenberg. “Mas, em 30% dos casos, ocorre uma má formação nas vias urinárias”, completa. Há ainda a possibilidade de o coração e os ossos serem comprometidos. Ou seja, ao receber o diagnóstico, é fundamental ser avaliado por um médico especialista no assunto.

Além desse quadro, existem outras situações que colocam a mulher numa possível fila de transplante de útero. “Ele poderia ser indicado para quem perdeu o órgão de forma inesperada, como por uma hemorragia no parto ou por complicações na cirurgia de retirada de miomas [tumores no útero]”, enumera Ejzenberg. “Até casos de câncer de colo de útero seriam elegíveis”, diz.

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A paciente que recebeu o órgão na capital paulista teve alta dois dias depois da operação e, até o momento, não apresenta sinais de rejeição nem de infecção. Os especialistas afirmam que ela será monitorada por pelo menos um ano antes de tentar engravidar. “O procedimento é experimental, mas tem como objetivo viabilizar o sonho da maternidade, que faz parte da vida de algumas mulheres”, conclui o pesquisador. Talvez em alguns anos ele comece a ser estendido para a população.

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