O que está em alta no universo das doenças reumáticas
Especialistas ressaltam papel do cuidado integral às enfermidades e celebram avanços em tratamentos farmacológicos e cirúrgicos
Dores e inchaço nas juntas, dificuldade para se movimentar, fadiga.
Esses são alguns sinais de que está na hora de visitar um reumatologista, especialidade que cuida de doenças que afetam as articulações e outros tecidos do corpo humano, como artrite reumatoide, osteoporose e lúpus.
A lista de encrencas relacionadas à área é longa, mas rapidamente a medicina tem dado respostas eficazes e seguras aos desafios.
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Para discutir tudo isso, cerca de 2 mil profissionais se encontraram em Goiânia na 40ª edição do Congresso Brasileiro de Reumatologia.
“A especialidade vive hoje um momento muito oportuno, com mais diagnósticos precoces, maior entendimento sobre o sistema imune e opções de tratamento mais assertivas”, comemora Ivânio Alves Pereira, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), organizadora do evento.
Confira os destaques.
Saber conviver
Responsável por até 40% dos atendimentos em ambulatórios de reumatologia, a artrose é uma doença que gera desgaste e dor nas articulações da maioria das pessoas com mais de 50 anos.
Chamada pelos médicos de osteoartrite, a condição é crônica e não tem cura. O jeito é encontrar formas de manejá-la, melhorando a qualidade de vida.
No congresso, especialistas reforçaram a segurança e a eficácia de tratamentos cirúrgicos para casos graves e a necessidade de manter hábitos como alimentação saudável e exercícios regulares.
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Não esqueça o resto
Uma a cada três pessoas com psoríase, uma inflamação crônica da pele, precisa recorrer a reumatologistas por apresentarem artrite associada ao quadro.
“O tratamento da artrite psoriásica exige um olhar sistêmico, até mesmo porque é muito comum que pacientes também convivam com hipertensão, colesterol alto e diabetes”, afirma a reumato Cláudia Goldenstein Schainberg.
Dados apresentados no evento apontam que os pacientes brasileiros possuem mais comorbidades que os americanos — 55% têm pressão alta, por exemplo.
Outros caminhos
O tratamento da esclerose sistêmica, condição que compromete tecidos da pele e de órgãos internos, avançou muito na última década. Por isso, especialistas renovaram as recomendações sobre seus cuidados.
“Há novas drogas vasodilatadoras, imunobiológicos e ainda o transplante autólogo de células-tronco”, elenca Cristiane Kayser, coordenadora da Comissão de Esclerose Sistêmica da SBR.
A ser publicado ainda este ano, o documento reitera que é possível conviver com a doença com maior bem-estar.
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De olho nos pequenos
Crianças e adolescentes também apresentam condições reumáticas. O fato ficou ainda mais evidente com a pandemia de Covid-19.
Estudos mostraram que um a cada quatro jovens infectados antes da vacinação desenvolveu síndrome pós-Covid, que contempla sintomas como fadiga e fraqueza muscular.
“Esses quadros também estão ligados a prejuízos à saúde mental e no desempenho escolar dos pequenos”, aponta o médico Clovis Artur Almeida da Silva, coordenador da Comissão de Reumatologia Pediátrica da organização.
Carteirinha em dia
Para combater a desinformação, a SBR lançou a “Cartilha de vacinação em pacientes com doenças reumáticas imunomediadas”.
O material explica por que é essencial a imunização desse público, quais vacinas devem ser tomadas e como elas funcionam.
Quem toma remédios que interferem na imunidade precisa atualizar a carteirinha antes e durante o tratamento, seguindo orientações médicas.
As doses podem ser aplicadas em postos de saúde e em Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs).