Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Hipertensão: causas, sintomas, diagnóstico e como baixar a pressão

Esse é um dos problemas de saúde mais comuns no planeta. Aprenda a identificar quando a pressão está alta e o que é feito para controlá-la

Por Chloé Pinheiro e Goretti Tenorio
Atualizado em 8 mar 2022, 12h29 - Publicado em 17 Maio 2018, 08h01
Dia Mundial da Hipertensão: Causas da pressão alta e remédios para baixar
Se a pressão sobe, o risco de vários problemas de saúde aumenta (Foto: Bruno Marçal/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

A hipertensão arterial é o aumento anormal – e por longo período – da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. Não à toa, a doença também é chamada de pressão alta.

Para chegar a cada parte do organismo, o sangue bombeado a partir do coração exerce uma força natural contra as paredes internas das artérias. Os vasos, por sua vez, oferecem certa resistência a essa passagem. E é essa disputa que determina a pressão arterial.

A pressão varia ao longo do dia. Numa pessoa deitada, ela fica mais baixa. Quando nos movimentamos, os valores sobem, porque o cérebro avisa que o corpo precisa de mais energia.

A pressão é apresentada em milímetros de mercúrio (mmHg). O indivíduo é considerado hipertenso quando sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo. A partir desse limite, o risco de ocorrerem doenças cardiovasculares, renais e por aí vai é significativamente maior. Aliás, entidades americanas já até baixaram o sarrafo para 13 por 8.

Para fazer a medição, é utilizado um aparelho chamado esfigmomanômetro, posicionado em volta do braço, e um estetoscópio para ouvir os sons do peito. O primeiro número é registrado no momento em que o coração libera o sangue. Essa é a pressão sistólica, ou máxima – o recomendável é que não passe de 12 mmHg. O segundo valor é a pressão diastólica, ou mínima. O ideal é que fique em torno de 8 mmHg. É o famoso 12 por 8.

Quando a pressão fica descontrolada, o coração é o órgão mais afetado. Como a circulação está prejudicada pelo aperto nas artérias coronárias, ele não recebe sangue e oxigenação suficientes – um quadro que leva ao sofrimento do músculo cardíaco, podendo ocasionar o infarto.

O acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame, é outra consequência frequente da hipertensão. Com as constantes agressões da pressão, as artérias da cabeça não conseguem se dilatar e ficam suscetíveis a entupimentos. Os picos hipertensivos acabam servindo de estopim para um vaso ficar completamente obstruído ou então se romper.

Continua após a publicidade

Além do derrame, a pressão alta provoca uma série de pequenas obstruções e hemorragias no cérebro. Ao longo do tempo, esses episódios destroem os neurônios – o quadro é denominado demência vascular e leva à perda de memória.

Os rins também deixam de filtrar o sangue a contento quando a hipertensão se instala por muito tempo, e essa falha pode provocar insuficiência renal.

A pressão alta interfere ainda nos vasos que irrigam a retina, tecido no fundo do olho crucial para captação das imagens. É por isso que alguns hipertensos relatam sofrer de visão embaçada.

Sinais e sintomas

A hipertensão é uma doença silenciosa. Se os sintomas abaixo surgirem, provavelmente ela já estará em fase mais avançada. O ideal, portanto, é detectá-la com exames.

Continua após a publicidade

Fatores de risco

  • Histórico familiar: filhos de pais hipertensos têm um risco 30% maior de ter pressão alta
  • Idade: a partir dos 60 anos de idade, as artérias perdem a flexibilidade

  • Etnia: a doença é mais prevalente na população negra e asiática

  • Obesidade

  • Poluição

  • Estresse

  • Sono irregular

  • Menopausa: a queda dos hormônios femininos danifica as artérias

  • Excesso de bebida alcoólica

  • Tabagismo

  • Alto consumo de sal

  • Sedentarismo

  • Diabetes

  • Doenças renais

  • Apneia do sono

  • Hipertireoidismo

A prevenção

Um estilo de vida saudável influencia muito aqui. Dar um basta no sedentarismo, especialmente se valendo de atividades aeróbicas, como correr e nadar, induz a liberação óxido nítrico, substância vasodilatadora. Com as artérias relaxadas, a tendência é a pressão se manter mais baixa.

Verdade que, durante os treinos, é esperado que a pressão até suba um pouco – daí porque pacientes com hipertensão devem ter certos cuidados com os exercícios e buscar supervisão de um expert. Mas logo depois os números se estabilizam.

A alimentação é tão importante na prevenção da pressão alta que há uma dieta específica para esse fim. É a DASH, sigla em inglês para “dieta para combater a hipertensão”.

Ela foi criada em 1997 e se baseia em generosas doses de vegetais, frutas, legumes e grãos integrais no cardápio como forma de combater a elevação da pressão. São alimentos carregados de nutrientes como potássio, cálcio e magnésio – minerais que regulam a contração dos vasos sanguíneos e do coração.

Continua após a publicidade

O consumo de sódio, por outro lado, deve ser moderado. Ele é o principal componente do sal de cozinha, e exagerar na dose é um perigo. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia. Isso equivale a uma colher de chá.

Só não se esqueça de considerar os alimentos que têm sódio em sua composição, como o pãozinho, os temperos prontos, embutidos e produtos processados. Hoje, estima-se que o brasileiro consuma mais ou menos o dobro de sódio do que deveria. Essa é uma das razões pelas quais 30% da população possui hipertensão.

Não fumar, não extrapolar na ingestão de bebidas alcoólicas e driblar a insônia são atitudes bem-vindas. É importante também arrumar uma brecha na agenda para incluir momentos de prazer capazes de aliviar o estresse do dia a dia, outro sabotador das artérias.

O diagnóstico

Como a hipertensão não costuma dar sinais, é fundamental medir a pressão pelo menos uma vez por ano. Nas consultas de rotina, seja com o clínico geral ou algum especialista, sempre informe se algum parente sofre desse mal, sobretudo se for for o pai ou a mãe.

Para confirmar se uma pessoa possui pressão alta, a medição tem que ser feita em três dias diferentes. Antes de cada uma, o paciente deve seguir orientações como evitar tomar café ou bebidas estimulantes, descansar bem e relaxar. Na hora do exame, não se deve conversar nem ficar se mexendo. Esses cuidados são importantes para que o resultado seja o mais confiável possível. Se ainda assim restar alguma dúvida, o especialista solicita um exame que vigia a pressão ao longo de 24 horas – é o holter.

Continua após a publicidade

O rigor na medição ajuda ainda a identificar uma condição antes de chamada de pré-hipertensão – e agora rebatizada de pressão elevada. Entra nessa classificação quem estiver com a pressão acima dos 12 por 8 e abaixo dos 14 por 9, quando já se define a hipertensão propriamente.

Essa faixa intermediária, além de já causar eventuais estragos, revela que o indivíduo tem o dobro de risco de se tornar hipertenso. Quanto mais cedo essa ameaça é detectada, maior a chance de evitar que a doença se instale de vez.

Em mulheres grávidas, a atenção é ainda maior. Isso para impedir o aparecimento da pré-eclâmpsia. Trata-se de uma complicação da gestação marcada pelo aumento da pressão arterial na gravidez.

Essa condição aumenta a possibilidade de parto prematuro e, se não for controlada, evolui para eclâmpsia – quadro em que a mulher tem convulsões, com risco para a sua vida e a do bebê.

O tratamento

Uma pequena parcela de hipertensos (pequena, porém considerável) consegue dominar a doença apenas com ajustes no cardápio, exercícios físicos e controle do estresse. Para tomar a decisão de não entrar imediatamente com medicamentos, o médico se baseia em bons resultados gerais de exames como glicemia e colesterol e se os rins estão funcionando direito.

Continua após a publicidade

A ausência de outros problemas cardiovasculares também é considerada. Pesa ainda o fato de a pessoa ser ou não fumante.

As avaliações são periódicas. Em geral, depois de seis meses ele vai medir a pressão novamente. Se os valores caíram, é possível continuar nesse caminho, mas lembrando que a doença não foi eliminada e que, portanto, é preciso manter os cuidados.

Se mesmo depois das mudanças no estilo de vida a pressão continua subindo ou estabiliza apenas em um patamar elevadíssimo, o especialista prescreve remédio para controlar a situação. Ele indica, entre as diferentes categorias de antihipertensivos, aquela que vai trazer os melhores resultados em cada caso.

Alguns são diuréticos, ou seja, eliminam o excesso de sódio pelo xixi. Outros atuam como vasodilatadores. Há ainda os que impedem a entrada de cálcio nas artérias, diminuindo a resistência para a passagem do sangue. E um dos medicamentos mais usados impede a produção de angiotensina, molécula que faz os vasos se contraírem e aumenta a pressão.

A partir do estágio da doença classificado como moderado, a conduta é adotar dois ou mais antihipertensivos para atuar em diversas frentes.

Há também casos de hipertensão resistente – quando a pressão não fica abaixo de 14 por 9 mesmo com o uso de três classes de remédio. Aí, o cardiologista pode lançar mão de inovações a exemplo de um aparelho que emite ondas de alta frequência na região dos rins. Como nos hipertensos o cérebro manda uma mensagem errada a esses órgãos para liberarem substâncias vasoconstritoras, o objetivo do método é cortar essa comunicação.

Para isso, um cateter é introduzido na virilha e guiado até as artérias renais. Nesse ponto, é disparada uma radiação capaz de queimar alguns nervos, fechando assim a conexão com o sistema nervoso. Sem o estímulo enviado aos rins, os vasos podem se dilatar e a pressão tende a melhorar.

A conduta, entretanto, depende de cada caso. Mas o certo é que um estilo de vida balanceado sempre vai ajudar, não importa a gravidade.

Quer um resumão dessa doença? Então acompanhe o nosso vídeo sobre hipertensão da série SAÚDE em 90 Segundos:

BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

DISTRIBUÍDO POR

Consulte remédios com os melhores preços

Favor usar palavras com mais de dois caracteres
DISTRIBUÍDO POR
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.