Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Assine a partir de 5,99

Mamografia do futuro: IA melhora detecção do câncer de mama em estudo holandês

Tecnologia aumenta a precisão dos diagnósticos e pode aliviar a sobrecarga dos radiologistas, mas especialistas alertam para desafios na implementação

Por Felipe Roth Vargas, médico radiologista, via Brazil Health*
1 set 2025, 16h11
quando-fazer-a-mamografia
Segundo médico, estudos têm mostrado que as mulheres que mais se beneficiam do rastreamento com mamografia são aquelas a partir dos 40 anos, que têm tumores mais agressivos. (Ilustração: Freepik/Divulgação)
Continua após publicidade

Um estudo realizado na Holanda pode mudar a forma como mulheres no mundo inteiro fazem o rastreamento do câncer de mama. Pesquisadores avaliaram mais de 42 mil mamografias e descobriram que a combinação entre radiologistas e inteligência artificial (IA) aumenta a precisão na detecção de tumores e pode reduzir a carga de trabalho dos profissionais de saúde.

O rastreamento do câncer de mama é responsável por salvar milhares de vidas todos os anos, já que permite identificar tumores em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores.

Hoje, a recomendação em grande parte da Europa é que cada mamografia seja analisada por dois radiologistas — processo chamado de “dupla leitura” — para diminuir o risco de falhas. Esse modelo, porém, exige tempo e especialistas altamente treinados. Em um cenário de demanda crescente e escassez de profissionais, a inteligência artificial surge como uma aliada promissora.

+Leia também:EUA recomendam mamografia a cada 2 anos para mulheres a partir dos 40 anos

Como a inteligência artificial pode tornar a mamografia mais precisa?

Entre 2016 e 2018, pesquisadores aplicaram um sistema de IA a 42.236 mamografias do programa nacional de rastreamento da Holanda. Foram comparadas quatro estratégias:

  • Leitura humana única;
  • Dupla leitura (padrão atual);
  • IA sozinha;
  • Radiologista com apoio da IA.

Os resultados mostraram que, quando usada como “segunda leitora”, a IA aumentou em 8,4% a detecção de câncer em relação à dupla leitura humana.

Continua após a publicidade

Muitos dos tumores identificados apenas pela IA eram invasivos ou maiores que 20 mm, o que indica que poderiam evoluir para casos graves se não fossem detectados precocemente.

+ Leia também: PET-CT com PSMA: revolução no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata

IA na saúde: ganhos, desafios e a situação no Brasil

A tecnologia também demonstrou eficiência em mulheres com alta densidade mamária — condição que geralmente dificulta a análise das imagens. Por outro lado, houve aumento na taxa de recall, quando a paciente precisa retornar para exames complementares.

Isso exige protocolos claros para evitar sobrecarga no sistema de saúde e ansiedade desnecessária. Outro ponto relevante é a necessidade de validar os algoritmos em diferentes países, já que variam a qualidade dos equipamentos, a organização dos programas de rastreamento e a realidade da infraestrutura médica.

No Brasil, a cobertura do rastreamento mamográfico pelo SUS não passa de 25% do público-alvo, muito abaixo da meta de 70% recomendada pela Organização Mundial da Saúde. A oferta desigual de exames, a falta de estrutura tecnológica e a ausência de programas organizados são entraves históricos.

Continua após a publicidade

Para especialistas, a IA pode aumentar a eficiência e reduzir os diagnósticos em estágios avançados, mas somente se vier acompanhada de investimentos em infraestrutura digital, treinamento das equipes e planejamento adequado.

IA não substitui o médico, mas atua como aliada

Os resultados reforçam que a inteligência artificial não deve substituir os radiologistas, mas atuar como uma segunda opinião capaz de identificar tumores que poderiam passar despercebidos. Se bem integrada, a tecnologia pode ampliar o acesso a diagnósticos precoces e salvar vidas.

“A IA é uma ferramenta promissora, mas que precisa ser aplicada com responsabilidade e alinhada aos sistemas de saúde”, destacam os pesquisadores.

Felipe Roth Vargas, médico radiologista e membro da Brazil Health

Continua após a publicidade

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

brazil-health

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Sua saúde merece prioridade!
Com a Veja Saúde Digital , você tem acesso imediato a pesquisas, dicas práticas, prevenção e novidades da medicina — direto no celular, tablet ou computador.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.