Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Maior projeto de vigilância genética do coronavírus é lançado no Brasil

Iniciativa de mapeamento em tempo real concebida pela Dasa ajudará a identificar novas variantes, atualizar vacinas e subsidiar políticas públicas

Por Diogo Sponchiato
Atualizado em 18 Maio 2021, 13h01 - Publicado em 17 Maio 2021, 12h03
foto de cientista aplicando reagente em pipetas de laboratório
Projeto brasileiro vai sequenciar 30 mil genomas virais em doze meses.  (Foto: GI/Getty Images)
Continua após publicidade

Desvendar os traços genéticos do coronavírus para detectar novas variantes, aperfeiçoar vacinas e guiar medidas e políticas públicas com rapidez: eis a proposta do Genov, projeto de vigilância genômica do vírus Sars-CoV-2 com abrangência nacional idealizado pela Dasa e lançado hoje no país.

A meta da iniciativa é sequenciar 30 mil genomas virais em um ano, tornando o Genov o principal banco de dados desse tipo do Brasil. “Nosso foco é realizar um sequenciamento sistemático, representativo e de forma prospectiva, o que não foi feito até agora por aqui”, conta o patologista Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, grupo que realizou ao redor de 10% dos diagnósticos de Covid-19 no Brasil.

O Ministério da Ciência e Tecnologia tem um programa de sequenciamento do vírus com cerca de 5 300 genomas apurados. Capitaneado pelo virologista José Eduardo Levi, o projeto da Dasa deve mapear um número seis vezes maior do que o obtido até o início da pandemia no país. “Mas o grande diferencial é a agilidade e a representatividade nacional”, afirma Levi, que é head de Pesquisa e Desenvolvimento do grupo. Para ele, o lançamento do Genov é a “realização de um sonho dentro de um pesadelo”.

De acordo com Campana, os dados levantados permitirão flagrar novas variantes do coronavírus com mais segurança e celeridade — até o momento 110 tipos virais circularam pelo nosso território —, identificar aquelas potencialmente mais perigosas, sondar versões mutantes que podem escapar das vacinas, aprimorar o rastreio e o bloqueio de contactantes e subsidiar decisões e políticas públicas.

“Também poderemos verificar como os métodos diagnósticos se comportam diante das variantes”, pontua Levi. O pesquisador explica que as informações genéticas coletadas no Brasil e em projetos semelhantes mundo afora — o Reino Unido é a referência nesse sentido — farão diferença na elaboração da segunda geração de imunizantes contra o Sars-CoV-2

Continua após a publicidade

“O uso desses dados já está ajudando a formular vacinas em testes que contemplam as variantes”, lembra. “A ideia é buscarmos vacinas polivalentes, capazes de cobrir uma maior diversidade viral”, explica o virologista. Hoje, os olhos dos cientistas estão voltados para a variante P1, originária de Manaus: ela se mostra mais transmissível e parece escapar melhor da resposta imune esboçada pelo organismo. “E nos preocupam bastante os filhotes da P1”, diz Levi.

As características genéticas dos coronavírus em circulação, e da eventual nova prole, serão determinantes para montar as estratégias de controle, seja com medidas não farmacológicas, seja com imunizantes. Para isso, os especialistas da Dasa reforçam a necessidade de mapear o vírus em tempo real e irão disponibilizar os achados publicamente. Toda pista molecular fará diferença para o patógeno não nos deixar pra trás.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.