Encarar uma doença complicada como a endometriose não é tarefa fácil – a condição, marcada pelo crescimento do endométrio para fora do útero, pode causar dores intensas, infertilidade e incômodos durante as relações sexuais. Apesar das dificuldades, um olhar positivo faz bastante diferença. Em uma nova pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, as pacientes mais confiantes exibiram menores níveis de estresse, depressão… e até dor.
O otimismo, nesse caso, não significa acreditar que a inflamação será curada de forma milagrosa. É bem o contrário: “Aquelas que não viviam em negação foram as que apresentaram os resultados mais favoráveis”, diz a psicóloga Lilian Donatti, uma das autoras do trabalho, que reuniu mais de 170 voluntárias. “Elas aceitavam a disfunção e buscavam meios de melhorar”, completa.
A explicação para o efeito, de acordo com Lilian, reside no fato de esse grupo estar mais propenso a ir ao ginecologista, realizar exames, tomar a medicação e seguir as recomendações quanto à alimentação e à atividade física. Já a mulher que prefere acreditar que não há nada de diferente em seu organismo deixa o acompanhamento de lado, não se cuida e menospreza a terapia psicológica.
Zelar pela saúde mental, aliás, é essencial para quem sofre com o crescimento descontrolado do endométrio. “Esse tipo de intervenção auxilia na aceitação e percepção da disfunção”, expõe a pesquisadora. E só assim a pessoa consegue reconhecer (e tratar) os problemas que o mal causa.