Cloridrato de ciclobenzaprina: para que serve esse medicamento?
Ele é descrito como relaxante muscular, mas não serve para qualquer tipo de dor. Além disso, o uso indiscriminado envolve riscos à saúde
O cloridrato de ciclobenzaprina é um relaxante muscular que serve para tratar espasmos musculares associados a dores agudas. Sua ação é bastante específica e, por isso, o uso deve ser recomendado por um médico.
Ao ingerir a droga, o sono é um dos efeitos colaterais mais comuns, mas também podem ocorrer tontura, fraqueza e outras reações.
Acompanhe as principais informações sobre esse remédio.
O que é e para que serve o cloridrato de ciclobenzaprina?
O cloridrato de ciclobenzaprina é um medicamento que ajuda a reduzir espasmos musculares acompanhados de dores agudas, em casos como:
- Fibromialgia
- Lombalgias [dor na região lombar]
- Periartrite escapuloumeral [doença que atinge os ombros]
- Cervicobraquialgias [condição que provoca dores no pescoço]
Segundo a farmacêutica Mayra Gabriela Bento Teixeira, coordenadora de Farmácia do Hospital Albert Sabin (HAS), o remédio não altera a função muscular porque age apenas na atividade motora tônica. Em outras palavras, ele têm ação nos neurônios que ativam os reflexos e as reações involuntárias dos músculos. “Trata-se do mecanismo que prepara o músculo para os movimentos”, completa a farmacêutica.
É comum que o medicamento seja utilizado como aliado à fisioterapia ou quando o indivíduo está em repouso.
Ciclobenzaprina é um anti-inflamatório?
Não. Trata-se de um relaxante muscular. Isto é, ele não tem o potencial de tratar inflamações.
Quais os principais efeitos colaterais?
A sonolência é uma consequência muito comum associada à ingestão do medicamento. “A literatura médica relata que mais de 10% das pessoas que utilizam esse remédio apresentam essa reação”, afirma a farmacêutica.
Tontura, fraqueza e visão embaçada são outros efeitos mais recorrentes. “Eles podem vir acompanhados de quedas ou acidentes, principalmente em pacientes idosos, que devem recorrer a esse medicamento com cautela e indicação médica”, alerta Mayra.
Quanto tempo dura o tratamento e por que é arriscado prolongá-lo?
O uso da ciclobenzaprina não deve ultrapassar três semanas.
Há poucos estudos que demonstram o que pode ocorrer se o indivíduo tomar esse remédio além desse tempo. Um deles, que fala de relaxantes musculares de forma mais geral, menciona a tontura e a sonolência, além do risco do vício pela substância.
+ Leia também: Prednisona: o que é, para que serve e como funciona esse corticoide
Crianças podem tomar esse remédio?
Ele é contraindicado a menores de 15 anos, segundo a bula.
Mulheres grávidas ou que estão amamentando podem usar o remédio?
Por falta de estudos sobre os possíveis efeitos em gestantes, a ciclobenzaprina não é indicada a essas mulheres.
Também não se sabe se a substância vai para o leite materno. Por isso, as lactantes devem avaliar com o médico se é possível adotar o tratamento com segurança.
Como é definida a dosagem do medicamento?
A dose usual é de 20 a 40 mg de cloridrato de ciclobenzaprina. O comprimido de 5 mg pode ser administrado quatro vezes ao dia. Já o de 10 mg, duas vezes, a cada 12 ou 6 horas.
Não deve ser ultrapassada a dose máxima diária de 60 mg.
Quem não pode fazer uso desse medicamento?
A bula indica que esse medicamento não deve tomado por quem é usuário de antidepressivos do tipo IMAO (ou seja, inibidores da monoaminoxidase). “O único disponível no Brasil é a tranilcipromina”, relata a farmacêutica.
Pacientes com glaucoma, retenção urinária ou hipertireoidismo também estão na lista das pessoas que não devem utilizar esse remédio.
A bula lista, ainda, a presença de diversas doenças cardiovasculares como um fator impeditivo para o consumo do cloridrato de ciclobenzaprina.
+ Leia também: Remédios para dormir: quando são necessários e quais os riscos?
Idosos podem utilizar esse medicamento?
Sim, mas o uso em idosos deve ser feito com bastante cautela, já que, entre outras coisas, os efeitos colaterais aumentam o risco de acidentes.
+ Leia também: Relaxante muscular: os riscos para os mais velhos