Citronela contra a dengue não tem eficácia comprovada, segundo Anvisa
Agência atualizou recomendações sobre tipos de repelentes que funcionam contra o mosquito Aedes aegypti e desencoraja uso dessa opção contra a dengue
A epidemia da dengue no Brasil está ainda longe de arrefecer, com pelo menos oito estados e o Distrito Federal sob estado de emergência. Apenas no DF, os números da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti em 2024 superam a soma dos casos dos últimos 19 anos. A vacinação está ocorrendo nos estados mais afetados, mas a prevenção contra a picada do mosquito também envolve repelentes e inseticidas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualiza regularmente uma lista com os produtos eficazes contra o mosquito. Nela, informa que os inseticidas considerados “naturais” à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de sua eficácia.
Ainda segundo a Anvisa, “velas, odorizantes de ambientes e incensos que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Agência”. Os produtos à base de citronela estão incluídos nesta lista.
Em um contexto de alta de casos, a recomendação é sempre ir atrás dos inseticidas com comprovação de eficácia conforme requisitos da Anvisa.
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Óleo de neem, o único aprovado
Atualmente o único inseticida natural com aprovação na Anvisa é o óleo de neem, composto por uma substância extraída da planta, também chamada pelo nome químico azadiractina. Mas o produto, alerta a agência, deve estar registrado.
Existem dois tipos de produtos para repelir o mosquito transmissor da dengue atualmente: os repelentes para aplicação na pele e os inseticidas para uso no ambiente.
A Anvisa alerta que não existem comprimidos ou vitaminas de uso oral com indicação aprovada para repelir o mosquito.
Qual a diferença entre inseticida e repelente
Os produtos mais utilizados para afastar os mosquitos no ambiente são inseticidas e repelentes. Os inseticidas, em spray e aerossol, são usados para matar os insetos.
Os repelentes apenas afastam os mosquitos do ambiente. São vendidos em forma de espirais, líquidos e pastilhas, usadas em pequenos aparelhos elétricos ligados na tomada. Devem ser usados em locais com boa ventilação e ficar, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas.
Ambos devem ter suas substâncias aprovadas pela Anvisa. Confira a lista atualizada no site da agência.