Esqueça a ideia de que, para emagrecer, é preciso ter a rigidez de um bodybuilder: várias horas gastas na esteira, muitos quilômetros de corrida e, principalmente, uma alimentação super restrita. Um novo estudo, desenvolvido por cientistas australianos, mostrou pausas na dieta até facilitam seus objetivos.
Os pesquisadores analisaram a maneira que 47 voluntários obesos respondiam a um corte drástico na alimentação – simulando um desses cardápios da moda que visa diminuir ao máximo as calorias ingeridas. Enquanto parte das cobaias passou 16 semanas seguidas consumindo apenas um terço das calorias diárias recomendadas, o restante adotou um regime um pouco menos cansativo.
Eles basicamente maneiravam bastante por duas semanas. Cumpridos os primeiros 14 dias, podiam se soltar um pouco por mais 14, em que podiam comer o suficiente para manter o peso estável. Depois disso, voltavam para a dieta pouco calórica – sempre intercalando entre os períodos. Para eles, o experimento durou 30 semanas, o que garantiu que cumprissem as mesmas 16 semanas de dieta do primeiro grupo.
Embora a disciplina e abdicação total pareçam ser as fórmulas para o sucesso, ficar totalmente focado no regime não foi sinônimo de bons resultados. Quem realizou as pausas perdeu, em média, 8 quilos a mais do que aqueles que se mantiveram fiéis à dieta. Além disso, o grupo ganhou menos peso ao fim do estudo, em comparação a quem ficou esfomeado por 16 semanas seguidas.
“Ao que parece, essas ‘pausas’ que adotamos no experimento podem ser determinantes para o sucesso de um regime”, explicou Nuala Byrne, que liderou o estudo, em comunicado. Para a pesquisadora, a técnica é eficiente porque consegue combater a chamada “reação faminta”, que é a principal causa de desistência das dietas.
“Quando reduzimos o total de calorias durante uma dieta, o metabolismo passa a descansar por mais tempo do que está acostumado, o que torna a tarefa de perder peso mais difícil”, explica Byrne. “Essa reação é um mecanismo de sobrevivência que ajudou nossa espécie a sobreviver quando a comida era escassa. Hoje, ela atua de outra maneira: ajuda a aumentar a circunferência de nossos quadris, mesmo quando há comida disponível”.
Fora que é difícil seguir um cronograma tão exigente por tanto tempo. Por outro lado, quem sabia que teria um período de “descanso” conseguia se manter firme por mais tempo. Isso não significa que você precisa seguir o protocolo adotado na pesquisa. Mas fica o recado: alguns momentos de indulgência são até necessários para emagrecer.
Este conteúdo foi publicado originalmente na Superinteressante.com