“Ah, eu queria ter o corpo de fulana ou sicrano”. Será mesmo? Vamos então imaginar a vida de uma pessoa que tem o abdômen tanquinho e (quase) nenhuma celulite.
O corpo dessa pessoa cobrou regularidade na academia, alimentação regrada diária e abstenção de certos prazeres. O tanquinho não é instalado para sempre – se você parar de treinar muito, ele começa a perder sua forma.
Nosso corpo apresenta uma plasticidade que beira o inacreditável. Se desejarmos correr uma maratona, ele vai se adaptar aos treinos e nos transformar em um maratonista.
E se, no ato seguinte, decidirmos escalar montanha, voilà, ele também se ajusta e faz o sonho virar realidade. Desde que você faça por onde.
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O que acontece entre o projeto e a execução é a sequência de escolhas e renúncias necessárias para alcançarmos nossa meta. Um maratonista treina em torno de quatro dias por semana, convive com dores e desiste da maioria das baladas – tudo em prol de correr 42 quilômetros.
Você estaria disposto a isso?
Então, quando considerar qual o número do seu corpo, também é importante imaginar as escolhas e as renúncias – e como você quer viver sua vida com prazer.
Cobiçar o corpo alheio sem considerar o que essa pessoa fez (e faz) todo dia é ver só um lado da história. Não, não é questão de genética!
Nosso corpo repercute escolhas de longas jornadas de meses, anos ou décadas. O abdômen tanquinho não chegou pelas mãos de um entregador da Amazon (mas pode ir embora mais rápido do que você imagina).
Então vamos lá: qual o número do corpo que te serve? Para mim, a liberdade é meu número. Poder me desafiar – sem objetivos olímpicos, estéticos ou para alguém além de mim mesmo – é o que me faz feliz e me guia por minha jornada de saúde.
Os parâmetros antropométricos (peso, dobras cutâneas etc) podem servir como variáveis de saúde. Eles estão ao nosso alcance, mas são também uma escolha pessoal.
Seja feliz no corpo ao qual se dedica, pois esse encontro é determinante.