Eu me lembro quando criança, nos primeiros dias de aula na escola, a Tia Sonia (a nossa professora do primeiro ano do ensino fundamental) nos levava para uma grande pia, após o recreio, e nos ensinava a escovar os dentes.
Era uma farra: todas as crianças, eu incluso, jogávamos pasta e espirrávamos água com as escovas a ponto da Tia Sonia chamar nossa atenção. Depois do futebol, essa era a hora mais esperada do recreio: a bagunça da pia de escovar os dentes.
Criamos essa cultura, e hoje, mantemos o habito de escovar os dentes, infelizmente sem aquela zorra que tanto nos divertia.
Nessa mesma época, meu avô seguia para seu trabalho de ônibus caminhando apressadamente pelas ruas de São Paulo, cruzando a cidade da Pompeia até o Belenzinho, onde ele trabalhava. Já eu, meus irmãos e meus vizinhos chegávamos da escola para a partida de futebol nos paralelepípedos da nossa rua.
Moral da história: nós usávamos nossas capacidades físicas para o trabalho e para a diversão.
Na versão atual da vida de hoje, muitos adultos e crianças não se deslocam e se divertem como eu, meus amigos e meu avô. Podemos até pensar que significa um saudosismo, porém não estou aqui fazendo qualquer juízo de valor sobre o que é melhor ou pior – estou apenas constatando uma diferença.
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E é essa diferença que apresento aqui: nossa vida está energeticamente mais barata e isso não é novidade para ninguém. Mas como conviver diante desse conforto e dessa nova forma de viver que seguirá evoluindo para a economia de energia (ou seja, para um menor gasto de calorias)?
Voltemos então para a pia da escola. Precisamos deixar horas do dia dedicadas ao exercício como fazemos com a escovação do dente, com o banho, com a alimentação, com o sono… A atividade física deve fazer parte da nossa higiene diária.
Todas essas atividades que mencionei agora distanciam nossas vidas das doenças e promovem “mais vida dentro do tempo de vida” que possuímos. Pense como a Tia Sonia e treine seu corpo para se exercitar, apostando sempre na diversão.