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Visibilidade Trans: pacientes transgênero podem preservar a fertilidade

Cirurgias de afirmação de gênero e terapias hormonais impactam a capacidade reprodutiva de pessoas transgênero. Mas o congelamento de gametas é uma opção

Por Fernando Prado, ginecologista e especialista em reprodução humana*
29 jan 2024, 11h39
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A população trans enfrenta particularidades na hora de ter filhos. Mas há caminhos. (Foto: Kyle/Unsplash/Divulgação)
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Em janeiro, é comemorado o mês da visibilidade Trans, um momento importante para reforçar inclusive a valorização da saúde da população transexual e travesti. Muitas pessoas transgênero recorrem às cirurgias de afirmação de gênero e terapias hormonais para se sentirem confortáveis em seus corpos. A questão é que isso tem um impacto na fertilidade, que, posteriormente, pode tornar-se uma questão importante para essa população.

Nas cirurgias de afirmação de gênero, que consistem na remoção dos testículos ou do útero e ovários, a fertilidade é prejudicada de maneira irreversível. E até mesmo o uso de hormônios pode comprometer as chances de ter um filho.

Mas é possível se proteger disso. Para pessoas transgênero que desejam ter filhos no futuro, o congelamento de gametas é a melhor opção. A criopreservação pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões. Em baixíssimas temperaturas, essas estruturas mantêm seu metabolismo completamente inativado, mas preservando sua viabilidade.

No congelamento de sêmen, a coleta é simples, feita através da masturbação. No caso dos óvulos, eles são coletados por meio de uma agulha, diretamente dos ovários, após um período de estimulação hormonal.

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Assim, quando o paciente estiver pronto para ter um filho, os gametas podem ser descongelados para que sejam fecundados em laboratório, em um procedimento conhecido como fertilização in vitro (FIV).

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O embrião formado a partir da união do óvulo e do espermatozoide é transferido para o útero. Nesses casos, o bebê pode ser gestado pelo parceiro, caso possua um útero viável, ou por uma barriga solidária (uma pessoa disposta a gestar o bebê sem fins lucrativos).

Existem regras rígidas no que diz respeito à barriga solidária, que deve ter mais de 18 anos e ser parente sanguínea de até quarto grau. Quando não há grau de parentesco, é necessária uma autorização do Conselho Federal de Medicina.

A criopreservação dos gametas deve ser preferencialmente realizada antes do início da terapia hormonal. O congelamento de óvulos e sêmen pode até ser feito após o início da hormonioterapia, mas, nesses casos, o tratamento deve ser descontinuado por um certo período – e, ainda assim, a qualidade do material biológico pode ser afetada.

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Por isso, é cada vez mais importante que a preservação da fertilidade em pessoas transgênero seja amplamente discutida. Assim como o resto da população, esses indivíduos merecem conhecer e ter acesso a todas as suas opções.

*Fernando Prado é ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica, além de ser membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE)

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