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Atividade física ajuda a combater o burnout

Psicólogo detalha mudanças que o trabalhador e a empresa podem cultivar para não sofrer com o estresse e as doenças associadas a ele

Por Régis Schröder Ramos, psicólogo*
8 nov 2019, 12h32
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  • Com a correria do dia a dia, rotina pesada de trabalho e pessoas conectadas quase 24 horas, o estresse tem sido comum na vida dos brasileiros. Doenças novas surgem e vêm afetando cada dia mais a população. É o caso da síndrome de burnout, que já pode ser diagnosticada em 32% dos indivíduos, segundo levantamento do International Stress Management Association (Isma).

    Também conhecida como crise de esgotamento profissional, a síndrome vem à tona quando se trabalha muitas horas consecutivas sob condições psicologicamente desgastantes. Os sintomas mais frequentes são: cansaço constante, baixa autoestima e mudanças bruscas de humor.

    O estresse no trabalho é multifatorial. Pode estar relacionado a um estilo de liderança que inibe a expressão plena das competências dos funcionários, a situações de risco e inadequação no ambiente de trabalho, a falta de reconhecimento ou mesmo a jornadas excessivas. Com essas barreiras, as pessoas deixam de lado os cuidados com a saúde e se esquecem da importância da atividade física, que melhora o bem-estar em geral.

    Já foi demonstrado que o exercício físico moderado combate e previne uma série de comprometimentos funcionais ligados a uma hiperativação do sistema nervoso simpático, que é acionado em situações de estresse. O burnout se enquadra aqui.

    Estudos já constataram que a falta de atividade física na rotina diminui a expectativa de vida da mesma forma que a obesidade e o tabagismo. Além disso, o sedentarismo está associado a um maior risco de declínio cognitivo e Alzheimer.

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    Precisamos lembrar também que os transtornos psicológicos apresentam comprometimentos orgânicos de base no cérebro, que podem ser minimizados com os exercícios físicos. A saúde mental só tem a ganhar quando se associa a atividade física a outros desafios cognitivos.

    Existe, sim, um período que resistimos à prática de atividade física após longo tempo de inatividade, mas ele é curto e o corpo se adapta ao novo ritmo de esforço. E, como todo novo hábito, se seguido com regularidade, ele se consolida com amplos benefícios.

    Somos os mesmos caçadores e coletores de 60 mil anos atrás. Não fomos feitos para ficar em frente à televisão ou ao computador o tempo todo — essa é uma receita para desenvolver doenças. Por isso, é importante achar o exercício mais adequado de acordo com o seu perfil.

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    A meu ver, uma solução para ajudar os colaboradores das empresas que sofrem com o estresse é a aplicação de um programa de saúde coletivo. Ele deve estimular a atividade física e o engajamento das pessoas para o fortalecimento da convivência social.

    Algo bem-vindo nesse contexto é a adoção da dinâmica de jogo, também conhecida como gamificação. Nesse programa, também podemos incluir a meditação ou princípios de mindfulness, caros à saúde mental e cerebral.

    Para atingir índices de saúde mais amplos nas empresas, porém, precisamos trabalhar em cima de outros fatores, como estímulo à alimentação saudável e a boas noites de sono. O fundamental — e isso se aplica muito à atividade física — é que as pessoas aprendam a ter regularidade e consistência até que o hábito se forme e perpetue. Se você não gosta dos movimentos repetidos dentro de uma academia, por exemplo, deixo a ioga como opção.

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    E, aí, vamos nos exercitar para nos sentir melhor e ainda combater doenças?

    * Régis Schröder Ramos é psicólogo e sócio da clínica Neuroglia, que tem parceria com a VIK, startup que oferece programas de saúde gamificados para as empresas

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