Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Alopecia frontal fibrosante: a queda de cabelo que pode ser irreversível

A doença acomete, inclusive, as sobrancelhas; muitas vezes, o transplante capilar só pode ser indicado após dois anos de inatividade da doença

Por Julio Pierezan, médico tricologista*
6 mar 2023, 10h15
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A pesquisa Frontal Fibrosing Alopecia, publicada no Journal Clinics in Dermatology, conta que, na descoberta da alopecia frontal fibrosante, em 1994, uma a cada seis mulheres na pós-menopausa era atingida pela condição, que causa perda de cabelos de forma permanente.

    Hoje, ela representa a causa atual mais comum de alopecia cicatricial em todo mundo.

    Os principais sintomas da alopecia frontal fibrosante

    Coceira, sensibilidade e dor no couro cabeludo são alguns deles. Na fase ativa da doença, é possível perceber uma vermelhidão na área do couro cabeludo afetado e descamação.

    Outro sinal é o aumento da testa com a diminuição da linha de implantação dos cabelos e a perda da costeleta.

    Detalhe: essa recessão capilar não é uniforme. Pode ser linear, difusa ou pseudofranja (quando a linha de implantação está preservada, seguida de uma área de calvície por trás dessa franja).

    + Leia também: Protetor causa queda de cabelo? Conheça a alopecia frontal fibrosante

    O quadro é lento e progressivo, e a pessoa demora para perceber. Também pode acometer as sobrancelhas, causando falhas e, em casos mais graves, sua queda quase total.

    Continua após a publicidade

    O que acontece é que o fio cai e cicatriza o folículo. Naturalmente, o organismo preenche esse folículo com fibrose (um tipo de cicatriz). Geralmente a pessoa percebe o problema quando ele já está em uma fase avançada – e, só aí, procura um tricologista ou dermatologista.

    As causas por trás desse tipo de queda de cabelo

    A alopecia frontal fibrosante é uma condição normalmente autoimune – tanto que a revisão apontou uma associação com hipotireoidismo em até 38% dos pacientes.

    Outras doenças autoimunes que podem explicar essa alopecia incluem vitiligo, lúpus, psoríase, artrite reumatoide e anemia perniciosa.

    Ela também pode ser desencadeada por fatores genéticos, estresse, alteração hormonal e falta de estrogênio na menopausa.

    Nesse estudo, sugere-se que ela também pode ser estimulada por fatores ambientais, como uso de produtos de cuidados faciais sem enxágue e protetores solares. Mas, para confirmar essas associações, são necessárias mais pesquisas científicas.

    Continua após a publicidade

    Compartilhe essa matéria via:

    Como é o diagnóstico da doença

    Existem algumas formas de confirmar o quadro. Em consultório, usando um dermatoscópio, um aparelho que aumenta em até 20 vezes o tamanho das estruturas da pele, é possível observar a ausência de orifícios foliculares, descamação ao redor do folículo e a presença de vasinhos sanguíneos, indicando atividade inflamatória.

    Também é possível diferenciar de outras condições, como a tricotilomania (transtorno psiquiátrico em que a pessoa sente necessidade de puxar os fios) e das demais alopecias, como a areata (perda de pelos em forma oval); por tração (quando a pessoa usa muito o cabelo preso); e a androgenética (quando a queda é hormonal e determinada geneticamente).

    + Leia também: Queda de cabelo? Pode ser alopecia areata. Conheça o problema

    Mas é só depois do exame histopatológico, ou seja, da biópsia – quando uma área do tecido é removida e enviada para análise em um laboratório – que se consegue a confirmação.

    Continua após a publicidade

    Qual o tratamento da alopecia frontal fibrosante?

    O objetivo do tratamento é acabar com a atividade da doença, interromper a progressão e proporcionar alívio de quaisquer manifestações clínicas problemáticas.

    Vale ressaltar que não adianta focar no crescimento de novos fios, uma vez que os folículos foram destruídos e preenchidos de fibrose.

    De acordo com a revisão, a hidroxicloroquina tem se mostrado eficaz para a estabilização do quadro, já que reduziu em até 73% os sinais e sintomas em 36 pacientes.

    Tanto antibióticos com ação anti-inflamatória, quanto corticoesteroides, apresentaram resultados variáveis, ou seja, em algumas pessoas eles retardaram temporariamente o distúrbio, enquanto em outras, não.

    O mesmo foi observado com imunossupressores (remédios que diminuem ou inibem a ação do sistema imunológico) e imunomoduladores (medicamentos que podem exacerbar ou reduzir a resposta imune). Há ainda estudos inconclusivos com relação ao minoxidil.

    Continua após a publicidade

    Tratamentos clínicos, como a mesoterapia capilar e a microinfusão de medicamentos na pele (MMP), têm trazido ótimos resultados.

    E o transplante capilar?

    Na fase ativa, o transplante capilar pode estimular ainda mais o problema e acelerar essa queda de fios – ao contrário do que acontece quando se trata de outros tipos de alopecia.

    Só depois de dois anos de inatividade da doença, quando ela for considerada estabilizada, é possível passar pelo procedimento.

    + Leia também: Fluoxetina: o que é, para que serve e como funciona esse antidepressivo

    Por isso, fica o alerta: a qualquer sinal de queda anormal, inclusive na sobrancelha, e afinamento dos fios, procure um especialista.

    *Julio Pierezan é médico tricologista, especializado em cirurgia de transplante capilar, pós-graduado em dermatologia, membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC) e da World FUE Institute, e diretor médico da Clínica Pierezan (SP).

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 14,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.