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A importância da atividade física para pessoas com deficiência

Espaços para a prática de exercícios físicos devem ser inclusivos para garantir a participação plena das pessoas

Por Danilo Santos de Miranda, especialista em ação cultural*
5 fev 2023, 09h39
cadeira de rodas esporte
Espaços devem ser adaptados para os diversos tipos de deficiência para garantir o direito à atividade física e ao lazer  (VEJA Saúde/SAÚDE é Vital)
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Atividades físicas e esportivas contribuem de maneiras diversas para a qualidade de vida, tanto na dimensão individual quanto coletiva. Trazem benefícios à saúde, estimulam a socialização, proporcionam a sensação de bem-estar, entre outros.

Compreendidas pela Constituição Federal de 1988 como um direito, essas práticas devem estar acessíveis às cidadãs e cidadãos de todas as idades, gêneros, cores, classes, credos e corpos – incluindo as pessoas com deficiência.

Cada vez mais presentes no cenário social do país, pessoas com deficiência perfazem, segundo Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE (2019), 8,4% da população, isto é, aproximadamente 17 milhões de pessoas.

São necessárias abordagens, estratégias e experiências que possibilitem e impulsionem a presença desse público nos mais variados espaços de convívio. É imprescindível que centros culturais e esportivos aprofundem suas perspectivas sobre o assunto, por vezes até se reinventando.

Deficiência não significa incompletude

Ao longo de muito tempo, a abordagem patológica da deficiência enfatizava as desvantagens individuais e propunha intervenções direcionadas a uma suposta incompletude dos corpos.

Mais recentemente, essa concepção foi substituída por outra, que assume a deficiência como característica humana e desloca o sentido da ação ao ambiente e às atitudes sociais. Assim, são os espaços físicos, as formas de se comunicar, a oferta de serviços e os modos de relacionamento que precisam ser repensados.

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Para nós do Sesc São Paulo, tem sido um exercício constante de aprendizado. Temos procurado nos adaptar, por meio de ações de trabalho que considerem os aspectos arquitetônicos, comunicacionais, culturais e tecnológico-digitais.

Algumas unidades mais recentes já possuem o selo de acessibilidade conferido pela Prefeitura de São Paulo, nossas piscinas e parques aquáticos são acessíveis e temos avançado na incorporação de recursos que ampliam o acesso à programação presencial e remota, como tradução em libras, audiodescrição, legendagem, mapas e réplicas táteis.

Reduzindo as barreiras

Reduzir as barreiras que dificultam ou inviabilizam a participação plena de quem quer que seja nas práticas de atividades físicas e esportes tem sido um eixo orientador de nossa ação.

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Nos meses de janeiro e fevereiro, acontece o Sesc Verão, principal campanha da instituição de incentivo à adoção de hábitos saudáveis e um estilo de vida mais ativo. O projeto promove a experimentação e a vivência de diversas modalidades esportivas, práticas corporais e danças, gratuitamente, em todas as unidades do estado.

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A programação conta também com a participação de atletas paralímpicos e de modalidades esportivas adaptadas, que apresentam esportes praticados por pessoas cegas, surdas, com deficiência física ou com deficiência intelectual.

Entre eles, destacam-se o basquete em cadeira de rodas, o parabadminton, o vôlei sentado, o paraskate, a natação, o halterofilismo e o tênis de mesa.

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Ainda há, sem dúvida, muito mais o que fazer. Proporcionar um ambiente de prática cultural e esportiva que seja acolhedor e seguro para todas as pessoas nos faz refletir constantemente sobre formas de enfrentar o capacitismo, o racismo, o machismo, a gordofobia, a homofobia, o etarismo e as demais barreiras estruturais.

Adotando a perspectiva da integração entre os diferentes públicos, este é o compromisso que assumimos, certos de que, ampliando as oportunidades de convívio, ações de acessibilidade favorecem a sociedade como um todo.

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* Danilo Santos de Miranda é diretor do Sesc São Paulo

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