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7 cuidados para antes e depois de adotar um cachorro

A decisão exige responsabilidade e gera mudanças importantes na rotina

Por Goretti Tenorio
22 ago 2023, 11h39
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Chegada de um novo cachorro deve ser planejada para evitar situações estressantes para o animal e para os humanos (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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Comprometimento e planejamento são requisitos básicos quando surge o desejo de adotar um cachorro, seja ele filhote ou já crescidinho.

“Dependendo da raça e do porte, ele vai viver entre 10 e 15 anos. Então a primeira pergunta a se fazer é: vou ter disponibilidade para assumir esse compromisso longevo com um outro ser?”, pondera a veterinária Márcia Marinho, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Araçatuba).

A veterinária Letícia Stella lembra das alterações na rotina em longo prazo. “Sobretudo em relação aos passeios diários, horários da alimentação e planejamentos de viagens, uma vez que o animal não pode ficar sozinho nem por curtos períodos”, complementa a professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Anhanguera.

Antes da decisão, é oportuno também refletir sobre possíveis mudanças de vida no futuro.

Por exemplo, a pessoa vive sozinha, mas pode se casar, ter um filho. A nova configuração familiar deve contemplar a presença do animal. A disponibilidade do tutor vai ser a mesma?

Os animais são sencientes, sentem dor, têm frustrações, são perceptivos. Por isso, a pessoa precisa considerar que é responsável pela sua qualidade de vida enquanto ele viver”, resume Marcia Marinho.

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Veja a seguir dicas para ter em mente antes e depois de tomar a decisão de adotar.

Analise o impacto financeiro da chegada do cão

Refletir sobre os custos envolvidos é um dos pontos-chave para o sucesso da acolhida.

De acordo com o Instituto Pet Brasil, que realiza estudos relacionados ao setor, as despesas mensais com alimentação, higiene e produtos veterinários podem variar entre cerca de 280 reais, para cães menores, a mais de 400 reais, para as raças grandes.

“Do ponto de vista da saúde, os gastos envolvem idas regulares ao veterinário, em geral uma vez por semestre, vacinas e vermifugação”, diz Letícia.

Sem contar desembolsos eventuais se o bichinho ficar doente, precisar de medicação ou mesmo internação. “Hoje felizmente muitas cidades do país já contam com hospitais públicos para atender à população que não tem recursos para arcar com tratamentos”, lembra Márcia.

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Alimentação de qualidade é outro item relevante na planilha. As rações industrializadas, além da praticidade, apresentam uma diversidade de nutrientes. “É importante buscar orientação para que supram as necessidades específicas do cão”, ressalta Márcia.

A presença de doenças ou certos momentos da vida, como a fase filhote ou a prenhez, podem exigir produtos específicos.

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Check-up veterinário antes da adoção

Passar por essa avaliação evita que o animal tenha algum problema de saúde negligenciado ou mesmo que transmita doenças para os moradores. “Ele deve receber as primeiras vacinas e ser vermifugado para não oferecer risco”, destaca Márcia.

Em geral, quando adotado de alguma instituição, a verificação costuma estar em dia.

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Agora, se o pet foi resgatado diretamente da rua, cabe ao tutor procurar um check-up profissional. Até porque a conversa com o veterinário é o momento também de tirar dúvidas sobre cuidados do dia a dia.

O animal precisa ser castrado

“Castração é fundamental”, afirma Márcia Marinho.

Além de evitar uma ninhada indesejada, o procedimento minimiza o risco de uma série de doenças, como câncer útero e de mama nas fêmeas e de próstata nos machos.

“Também reduz os escapes de urina pela casa, no processo de marcação de território, e o cão fica mais calmo, não vai fugir, não corre o risco de ser atropelado, sofrer mordidas em brigas com outros animais. A castração é um ato de amor”, argumenta Márcia.

Hoje muitas ONGs inclusive já entregam o pet para adoção com pré-agendamento da cirurgia, que é segura e simples.

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+ Leia também: O que você precisa saber sobre castração de pets

Prepare o ambiente e garanta a segurança do pet

Primeiro é preciso reservar os espaços para o cão, de preferência fáceis de limpar. Se for numa casa e ele for ficar no quintal, o local precisa ter uma área coberta e segura, ou uma casinha compatível com seu porte.

Os recipientes para ração e água devem ficar afastados do local onde ele vai ser treinado a fazer xixi e cocô.

Se for apartamento, é bom instalar telas de proteção. “O cão às vezes se assusta com algum ruído na rua ou tenta alcançar um pássaro que passa por ali e pode acabar se acidentando”, justifica Márcia Marinho.

Principalmente com filhotes curiosos, vale colocar protetor em tomadas, evitar fios ligados e soltos pelo chão, porque eles podem morder e ser atingidos pela corrente elétrica. “Plantas tóxicas são outro perigo. A recomendação é deixar fora do alcance espécies como comigo-ninguém-pode, costela-de-adão, jiboia, azaleia, entre outras”, orienta Letícia Stella.

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Treino e paciência são necessários para a adaptação

O período de adaptação depende da raça, aptidão e idade do animal.

E, sim, todo cão precisa de treinamento para atender a comandos, aprender a usar o tapete higiênico, controlar os latidos etc. Isso demanda tempo e paciência.

O adestramento feito por um profissional pode ser interessante se a pessoa não se sentir apta a corrigir comportamentos negativos e recompensar os positivos.

“Se o cão tiver a função de guarda, existem técnicas para salientar a atenção sem, é claro, estimular a agressividade”, exemplifica Márcia.

Atenção ao banho e à escovação dos dentes

Márcia Marinho defende que os banhos não devem ser tão frequentes. “A depender do tipo de vida que o cão leva, se circula em ambientes em que se suja mais ou menos, eles não precisam nem ser semanais”, diz.

“O excesso é capaz até de interferir na defesa natural da pele, causando ressecamento. Bom senso ajuda nessa programação”, ressalta.

Ainda no tópico higienização, cães de pelo longo exigem escovação diária da pelagem. Nos de pelo curto, pode ser mais espaçada. “Essa prática na verdade é também um ato de carinho, ajuda no vínculo com o tutor”, diz Márcia.

A veterinária chama atenção para outro ponto: se a pessoa mora numa área endêmica de leishmaniose, zoonose transmitida pela picada de um mosquito, vale buscar orientação sobre borrifar citronela no animal a fim de prevenir a aproximação do inseto.

Quanto a escovar os dentes do cão, trata-se de tarefa indispensável. O ideal é que seja feita todo dia, ou pelo menos três vezes por semana. Isso evita o tártaro e o acúmulo de bactérias fermentadoras que causam de mau hálito à perda do dente.

No mercado se encontram escovas em formato mordedor no interior das quais se coloca pasta de dente veterinária para o cachorro mordiscar. Enquanto ele distrai na brincadeira, por tabela atua na limpeza dos dentes.

+ Leia também: Cachorro também deve escovar os dentes

A hora do passeio é indispensável

Essa é uma responsabilidade diária que precisa fazer parte da agenda.

Para sair, o animal tem que ter coleira de identificação e guia, sem as quais aumenta o risco de ele disparar sem controle de uma hora para outra, podendo se machucar ou mesmo se perder.

Saquinhos para recolher as fezes do pet não podem faltar, claro.

“O ideal é que esses passeios aconteçam duas vezes por dia, sempre nos horários mais frescos, de manhã e ao entardecer”, sugere Márcia. “Em dias quentes, o calor nas calçadas pode até queimar a patinha, por isso tem que ter bastante atenção”, alerta.

O pique do animal também deve ser levado em conta, para evitar cenas como as de um cachorro num esforço exagerado tentando acompanhar o tutor numa bike.

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Nas saídas, considere ainda que, embora sofra variações de cidade para cidade, a legislação em geral exige que cães de grande porte só andem em locais públicos usando focinheira e com a guia tipo enforcador de até 2 metros, para que não se distancie demais do acompanhante.

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