Só em um país como a Dinamarca seria possível achar dados da presença de transtornos mentais como a depressão em todos os 6 107 234 habitantes de 15 a 94 anos que viveram lá entre 1995 e 2014. Mas os autores de uma pesquisa publicada no periódico The Lancet foram além, cruzando tais informações com as de um registro nacional de causas de morte.
“Aí, vimos o que mais afeta a longevidade dos indivíduos com essas condições”, diz Annette Erlangsen, epidemiologista do Instituto Dinamarquês de Prevenção de Suicídios. Os especialistas revelaram, por exemplo, que o abuso de álcool corta, na média, em mais de três anos a expectativa de vida do pessoal com um distúrbio psiquiátrico, enquanto encurtam em não mais do que um semestre a do resto da população.
Outras grandes diferenças foram encontradas nas doenças respiratórias e digestivas. “O fumo e a desatenção com a nutrição e os exercícios são mais comuns nos pacientes psiquiátricos, o que explicaria esses achados”, conclui Annette.
O impacto do estado psicológico na expectativa de vida
Abuso de álcool: 2,84 anos perdidos a mais entre homens com males mentais
Doenças respiratórias: 1,24 ano perdido a mais em mulheres com males mentais
Doenças digestivas: 0,36 ano perdido a mais em mulheres com males mentais
Suicídio: 1,65 ano perdido a mais em homens com males mentais