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Remédio para sono e ansiedade mata mais que cocaína, diz estudo

A OMS e cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica alertaram que remédios com o composto benzodiazepina causam abstinência e dependência

Por Júlia Lewgoy, de EXAME.Com
Atualizado em 6 fev 2018, 18h33 - Publicado em 2 dez 2017, 14h30
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  • O uso indiscriminado de remédios para sono e ansiedade causa risco de morte maior do que o uso de drogas como cocaína e heroína. A conclusão é de duas pesquisas publicadas no American Journal of Public Health.

    Cientistas descobriram que um componente em especial é o maior problema: a benzodiazepina (BZD). O primeiro estudo, da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), de Vancouver, no Canadá, mostrou que o consumo excessivo de benzodiazepinas causa risco de morte 1,86 vezes maior do que o uso de drogas ilegais.

    O levantamento foi feito com 2 802 participantes usuários de benzodiazepinas, entrevistados semestralmente durante cinco anos e meio. Ao final do estudo, 18,8% do grupo morreu. Os pesquisadores observaram que mesmo depois de isolar outros fatores, como o uso de drogas ilegais e comportamentos de alto risco, a taxa de mortalidade permaneceu alta entre os usuários do composto.

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    Um segundo estudo realizado com uma parte menor do mesmo grupo examinou a ligação entre o uso de benzodiazepina e a infecção por hepatite C, e descobriram que a taxa de infecção foi 1,67 vezes maior os que usaram remédios à base do composto.

    “O interessante sobre isso é que é uma droga prescrita e as pessoas pensam que estão seguras. Mas, provavelmente, estamos prescrevendo essas drogas de uma maneira que está causando danos”, disse o cientista Keith Ahamad ao jornal Vancouver Sun.

    Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a benzodiazepina só deve ser prescrita para tratar “ansiedade ou insônia grave, incapacitante, que cause angústia extrema”. A entidade recomenda que os médicos levem em conta que o composto causa dependência e síndrome de abstinência – por isso, deve ser usada em dose eficaz mínima e durante o menor tempo possível.

    Reportagem originalmente publicada na EXAME.Com

     

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