Eu perdi, talvez você deva ter perdido, uma porção de gente perdeu. Ó sono, por que nos abandonastes se sabias que eras tão imprescindível à nossa saúde, ao nosso humor e à nossa resiliência diante desse mundo, vasto mundo, acossado por uma pandemia?
Quem lê Por Que Nós Dormimos (Editora Intrínseca), do neurocientista inglês Matthew Walker, sai da obra mais do que convencido de que se privar do sono, deliberadamente ou não, é um dos maiores erros da humanidade. Antes da Covid-19, o professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA, escreveu que a “epidemia silenciosa de perda do sono é o maior desafio de saúde pública que enfrentamos no século 21”.
Se já não descansávamos a contento antes, com o coronavírus por aí o pesadelo se agravou. Novas pesquisas a que tivemos acesso revelam que, sim, estamos dormindo ainda pior. Para salvar a cabeça e o corpo, não dá pra aguardar o temporal passar. Como já advogava o doutor Walker, precisamos melhorar nossas noites quanto antes.
Pode ser desafiador conseguir, mas é uma regra básica para angariar uma boa qualidade e expectativa de vida. Acordemos para essa questão e façamos o possível para dormir direito depois, aconselha nossa matéria de capa, que examina os gatilhos das noites em claro ou mal reparadoras e o que a ciência receita para desativá-los.
A insegurança com a pandemia e a reabertura de cidades e países tiram nosso sono, mas, munidos de informação, responsabilidade e proatividade, podemos sair dessa com menos olheiras, bocejos sem fim e um organismo debilitado. Esse é justamente o nosso sonho ao tocar cada nova edição de VEJA SAÚDE: orientá-lo com base em estudos e especialistas.
Sorte a minha contar com um time de jornalistas e designers (dentro e fora da redação) tão experientes, generosos e comprometidos com essa missão. Eu espero que você use e abuse dos conteúdos que preparamos. É o que me dá a sensação de dever cumprido — e me faz dormir melhor.