Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a previsão para 2017 é que o número de infectados pela doença aumente. O prognóstico parece certo: em janeiro, os casos triplicaram em Minas Gerais em relação ao mesmo mês de 2016. Apesar do crescimento, a boa notícia é que a vacina contra chikungunya está perto de virar realidade.
Desenvolvida na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, ela já foi testada em camundongos e macacos. Nesses animais, protegeu completamente os bichos — os pesquisadores estão otimistas que a resposta nos humanos será similar.
Para entender melhor o funcionamento da nova estratégia, é preciso entender antes os dois principais tipos de vacina. A atenuada usa o vírus vivo enfraquecido para desencadear a resposta imunitária, que é bem forte e costuma durar para o resto da vida. A desvantagem é que, como o agente infeccioso está ativo, existe uma chance mínima de a pessoa desenvolver o problema contra o qual pretendia se resguardar.
Já as inativadas usam o “vírus morto”, mas não apresentam resposta tão potente como a outra. Isso acontece pelo uso de uma substância, a formalina, que degrada a ação da imunização.
Dito isso, a vacina contra o chikungunya é baseada no vírus Eilat, que só afeta invertebrados. Como ele não pode atingir humanos, não precisa ser tratado com a formalina. “Formos surpreendidos ao ver que a imunogenicidade era bem maior do que esperávamos de uma vacina inativada”, disse Scott Weaver, líder do estudo, em comunicado.
Ou seja, essa vacina teria um alto poder de proteção, com efeitos colaterais mínimos. Agora é esperar para ver se os testes em humanos confirmam a boa nova.