O conceito de open banking, um sistema em que o usuário dos bancos pode compartilhar seus dados entre as instituições, foi recebido com otimismo quando lançado, um ano atrás.
Desde então, seus benefícios ainda não são tão visíveis para os consumidores, até porque se trata de uma mudança demorada no ecossistema. Mas a promessa de vantagens desse modelo tem feito seu raciocínio ser expandido para outros setores, entre eles o de saúde.
Em janeiro, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que pretende lançar o Open Health, ambiente onde seria possível trocar informações dos pacientes entre convênios, laboratórios, hospitais e outros serviços.
“Ao chegar ao hospital com dor de cabeça, a pessoa poderia compartilhar seu histórico de saúde mais fácil, como numa carteira digital”, resume Guilherme Weigert, CEO do Grupo Conexa.
“Se bem implementado, esse sistema pode melhorar o acesso à saúde. Mas há desafios, como garantir a segurança e melhorar a interoperabilidade dos dados”, avalia o especialista.
+ Artigo de opinião: Open health: novas tecnologias, velhas ideias e muito risco
O que é a interoperabilidade em saúde
Palavra difícil, e que pode virar rotina no ecossistema de cuidados
- O que é?
A interoperabilidade é a capacidade de um sistema trabalhar com outro em harmonia, trocando dados de forma ágil e segura. - Tem padrão?
Para funcionar, os dados precisam ser compreensíveis e padronizados. Não basta gerar um volume enorme: a língua falada deve ser a mesma. - E na prática?
Ela permite, por exemplo, que um convênio use estatísticas para melhorar seus serviços e agilizar os atendimentos. - Quais os entraves?
Hoje, as informações ficam armazenadas em grandes pacotes em diversos bancos de dados. Isso dificulta a análise integrada por programas de inteligência artificial.