Estamos falando de um remédio usado para emagrecer. Ele inibe a recaptação de noradrenalina e serotonina, dois neurotransmissores que atuam no cérebro e que regulam diversas funções, como humor, sono… e o apetite.
A sibutramina só é indicada em pacientes com obesidade, sob condições específicas.
Como a sibutramina age
O endocrinologista Fábio Trujilho, diretor do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), explica que a sibutramina favorece a perda de peso porque aumenta a saciedade.
“A pessoa consegue ingerir menos calorias ao longo do dia”, arremata.
“É interessante destacar que o medicamento não age tirando a fome, mas, sim, ajudando o paciente a se sentir satisfeito com menos comida”, diferencia.
O apetite vem, mas desaparece com menos garfadas, assim por dizer.
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Quem pode tomar sibutramina
“Ela é indicada apenas para pessoas com obesidade, ou seja, com IMC maior que 30 kg/m², e que não tenham contraindicações”, informa Trujilho.
“A sibutramina só deve ser receitada quando a reeducação alimentar e um programa de exercícios não surtirem o efeito desejado”, completa.
Cabe pontuar que esse é um fármaco de tarja preta, pelo modo como atua no cérebro.
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O aviso na embalagem sinaliza que o princípio ativo pode causar problemas à saúde e dependência, especialmente se utilizado sem acompanhamento e inadvertidamente.
Só dá para comprar remédios do tipo com uma receita especial, que fica retida na farmácia. A regulamentação inclusive proíbe veiculação de propagandas — desconfie e não compre ao ver anúncios em sites pela internet.
E, claro, há outros tratamentos para a obesidade disponíveis. Um médico é capaz de selecionar o mais adequado em cada contexto.
Quais as formas de administração
A sibutramina é administrada em comprimidos, com dosagens de 10 e 15 miligramas.
A regularidade e o intervalo das doses são personalizados em uma conversa com o médico.
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Principais efeitos colaterais
Os eventos adversos mais frequentes são boca seca, constipação e insônia.
Também é possível ocorrer dor de cabeça, nervosismo, palpitações, náuseas, tontura, aumento da pressão arterial e suor excessivo.
A gravidade e a frequência desses sintomas tendem a diminuir ao longo do tratamento.
Mas não deixe de informar o profissional de saúde sobre os efeitos que surgirem.
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O que acontece se houver superdosagem
“Há risco de picos de pressão arterial, arritmias cardíacas e até infarto ou acidente vascular cerebral [AVC]”, alerta Trujillo.
Mais motivos para não utilizar por conta própria.
Quais são as contraindicações
Alguns grupos não podem tomar essa droga de antemão.
São eles:
- Crianças
- Adolescentes
- Gestantes
- Idosos acima dos 65 anos
- Indivíduos com histórico de doença cardiovascular
- Pessoas com hipertensão descontrolada
- Pacientes com diabetes tipo 2
- Vítimas de transtornos alimentares (ou com histórico desses problemas)
- Alérgicos a qualquer componente da fórmula
Para o restante da população, o doutor deve avaliar, junto com o paciente, os riscos e os benefícios em cada caso.
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Interações medicamentosas
A sibutramina não pode ser consumida em conjunto com outros remédios para emagrecer que agem no cérebro ou que são usados para transtornos psiquiátricos.
Também há uma classe de antidepressivos — os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) — que não devem ser prescritos em conjunto com ela.
Cuidados durante o tratamento
“O maior ponto de atenção é seguir o acompanhamento médico regular para monitorar os resultados e a segurança do tratamento”, reforça Trujilho.
Isso é de extrema importância para minimizar riscos e até para ajustar a dosagem, dependendo de como o paciente responde ao tratamento.
A terapia tem que durar no máximo dois anos e não se recomenda consumir álcool durante esse período.
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Como toda droga com tarja preta, a sibutramina deve ser administrada sob supervisão próxima de um especialista e para quadros específicos.
Recorrer a ela para o “projeto verão” ou para entrar em determinada roupa para ir a uma festa não é uma boa.
Por fim, cabe destacar que esse ou qualquer outro tratamento contra a obesidade não dispensa a necessidade de acertar a alimentação e praticar exercícios físico com regularidade.