Duas picadas no braço no início da adolescência e proteção contra uma doença grave para o resto da vida. É o que a vacina para o HPV faz pelas mulheres. Uma pesquisa robusta, realizada na Inglaterra, constatou que meninas imunizadas entre 12 e 18 anos encaram uma redução de 87% no risco de desenvolver câncer de colo de útero mais tarde.
Os cientistas chegaram à conclusão após analisar o impacto do programa de vacinação naquele país a partir de 2006 e as taxas atuais da enfermidade. É a mais nova condecoração à estratégia, que, infelizmente, pena para decolar no Brasil.
Por aqui, calcula-se que ao redor de 40% das garotas de 9 a 14 anos — faixa que recebe a vacina gratuitamente pelo SUS — estejam com a imunização em dia. Além delas, meninos de 11 a 14 anos também podem se vacinar na rede pública. As duas doses previnem, ainda, tumores de garganta, boca, pênis e ânus.
Passado: 200 anos da descrição da paralisia facial
Em 1821, o cirurgião e anatomista escocês Charles Bell publicou suas descobertas sobre aquele que seria o principal tipo de paralisia na face, problema que se deve a uma lesão em um nervo e leva à perda de sensibilidade e deformações temporárias em uma das metades do rosto. O quadro tem origem inespecífica e é conhecido até hoje como paralisia de Bell.
Futuro: molécula milagrosa para o cérebro
É assim que a imprensa americana alardeou uma substância que está sendo testada no Calico Labs, laboratório montado pelos fundadores do Google. Batizada de ISRIB, ela tem potencial para tratar doenças neurodegenerativas e traumas cerebrais. O primeiro estudo em humanos envolve pacientes com esclerose lateral amiotrófica.
Um lugar: Noruega tem a melhor política para drogas
O país do norte da Europa lidera o Global Drug Policy Index, ranking elaborado por um consórcio de entidades internacionais. Ele se baseia em critérios como a resposta dos Estados ao uso de drogas — se é mais acolhedora ou repressiva —, programas de saúde e redução de danos e acesso a tratamentos. De 30 nações avaliadas, o Brasil ficou na última posição.
Um dado: 31% dos pacientes não seguem o tratamento logo de cara
Tem mais: cerca de 50% não respeitam todas as orientações terapêuticas dadas pelo médico. É o que mostram estudos sobre adesão ao tratamento, um desafio para a saúde individual e a pública e, não por acaso, tema de um congresso recente, o a:care, organizado pela Abbott. O evento discutiu como a ciência comportamental pode ajudar a melhorar esses números.
Uma frase: Sigmund Freud
“Provavelmente o efeito de todo remédio que o médico prescreve, de toda intervenção que ele faz se compõe de duas partes. Uma delas, às vezes maior, às vezes menor, mas nunca totalmente desprezível, é representada pelo comportamento anímico do doente. A expectativa crédula com que ele vem de encontro à influência da medida médica por um lado depende do tamanho de sua própria ambição pela cura e, por outro, de sua confiança de que tenha dado os passos certos para tanto, ou seja, de seu respeito pela arte médica em geral, além do poder que ele concede à pessoa do seu médico e mesmo da empatia puramente humana que o médico despertou nele…”
Sigmund Freud, em ensaio publicado em 1890 e reunido no livro Fundamentos da Clínica Psicanalítica (Autêntica)