Racismo e pobreza prejudicam combate à aids
Determinantes sociais favorecem novas infecções e mortes no país
Ao analisar dados de 28,3 milhões de brasileiros, uma equipe internacional de pesquisadores identificou os fatores que mais influenciam o surgimento de novos casos e a mortalidade por HIV.
Segundo o estudo, a pobreza aumenta em 55% o risco de infecção e quase dobra o de óbito. A baixa escolaridade também está associada a uma ampliação de 46 e 176% no risco de contrair o vírus e morrer em decorrência disso.
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Por fim, a investigação ressalta que pessoas negras têm 53% mais chances de se infectar e 69% de falecer pela aids.
“É preciso investir em políticas públicas de combate à pobreza e educação para essa população”, afrma Davide Rasella, epidemiologista da Universidade Federal da Bahia (UFBA), instituição que liderou o trabalho.
Como prevenir
Opções estão disponíveis na rede pública
Camisinha
Preservativos são único método que previne gravidez indesejada e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Remédios tomados antes da relação preparam o corpo para se defender do possível contato com o vírus.
PEP
Uso o mais rápido possível de antirretrovirais é uma medida de urgência após exposição de risco.
Informar-se sobre prevenção, diagnóstico e tratamento ajuda a evitar novos casos e a mitigar preconceitos.
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Dois em um: comprimido facilita dia a dia contra o HIV
Para maior adesão ao tratamento da infecção pelo HIV, cientistas brasileiros reuniram a fórmula de dois antirretrovirais em uma só pílula.
A combinação de dolutegravir e lamivudina agora pode ser tomada em dose única e diária, com menor risco de efeitos adversos graves.
Os compostos suprimem a replicação do vírus e freiam o avanço de quadros da síndrome de imunodeficiência humana.
O combo foi desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Farmanguinhos/ Fiocruz) e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Estima-se que 30 milhões de unidades sejam fornecidas em 2024 à rede pública.