Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

O que é febre maculosa e quais são os sintomas?

Morte de casal no interior de São Paulo chama a atenção para a doença, que é transmitida pelo carrapato-estrela infectado por uma bactéria

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 13 jun 2023, 18h32 - Publicado em 7 jun 2019, 18h50
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Recentemente, um casal morreu no interior de São Paulo, depois de apresentar sintomas agudos como febre alta, dor no corpo e manchas vermelhas pelo corpo. A análise do sangue da mulher, de 36 anos, confirmou que a causa da morte foi a febre maculosa, doença transmitida pela picada do carrapato-estrela.

    O laudo do exame feito em seu namorado ainda não foi divulgado. A prefeitura de Campinas, interior paulista, confirmou que a doença foi contraída em um evento numa fazenda da cidade, e informou que há uma terceira morte em investigação.

    Esses casos têm atraído atenção para a doença, uma infecção aguda e potencialmente letal, que, no começo, se assimila a outras, mas logo evolui para um quadro perigoso.

    O que é a febre maculosa

    Ela é causada pela picada do carrapato-estrela infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Seu quadro inicial é caracterizado por febre alta, dor de cabeça, no corpo e perto dos olhos, enjoo, vômito, diarreia e falta de apetite. Tudo isso seguido do aparecimento de manchas no corpo.

    “As manchas podem fazer com que haja suspeita de dengue, mas na febre maculosa elas surgem nas palmas das mãos e na sola dos pés”, diferencia a infectologista Cláudia Murta, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).

    Também conhecido como micuim, o carrapato responsável pela chateação é encontrado normalmente em capivaras, bois e cavalos. Ele se contamina com a Rickettsia rickettsii ao picar animais infectados. “A febre maculosa acontece em vários lugares do Brasil, mas principalmente na Bahia e na região Sudeste”, acrescenta Cláudia.

    A bactéria cai na corrente sanguínea, ocasionando manifestações generalizadas. “As principais complicações ocorrem quando há o acometimento de fígado e rins, gerando hemorragia e problemas renais”, alerta a infectologista.

    Continua após a publicidade

    O aracnídeo precisa passar quatro horas preso na pele para contagiar o indivíduo. Os sintomas aparecem de dois dias a duas semanas após a picada. Embora qualquer um possa ser alvo, crianças, idosos e portadores de doenças crônicas sofrem mais com as complicações.

    Do diagnóstico ao tratamento

    Cláudia lembra que, como os sinais do quadro inicial se assemelham muito aos de outros problemas, como a dengue, o paciente precisa falar para o médico se ele esteve em áreas com infestação de carrapatos.

    “É importante que a pessoa procure auxílio no início, porque a chance de cura é alta. E a taxa de mortalidade para os casos que não são tratados em nenhum momento varia de 40% a 60%”, informa Cláudia.

    O diagnóstico é baseado na avaliação clínica e epidemiológica. “Também é feito um exame de sangue específico, mas que não fica pronto no mesmo dia. Então, o médico começa o tratamento antes mesmo de o resultado sair”, afirma a profissional da SBI.

    Continua após a publicidade

    Para curar o paciente, é receitado antibiótico oral de dez a 14 dias. “Os casos mais leves são tratados em casa e, os mais graves, no hospital, para que sejam avaliados”, complementa a expert.

    Como prevenir

    Não existe vacina contra a febre maculosa. Por isso, a melhor forma de preveni-la é evitando contato com o aracnídeo, em especial nas áreas de transmissão.

    “Quando for necessário ir nesses locais, o ideal é usar botas, colocar a meia por fora da calça, vestir roupas claras, verificar o corpo e fazer o controle de carrapato em animais que vivem ali”, recomenda Cláudia.

    Casos recentes de febre maculosa no Brasil

    Entre 2011 e 2021, foram confirmados 2 mil casos de febre maculosa no país e 717 mortes, evidenciando uma letalidade superior a 35%. Há uma tendência de aumento ano a ano, que só foi interrompida na pandemia. Provavelmente, isso ocorreu por conta da redução das ações de vigilância, aponta a Associação Paulista de Medicina.

    Continua após a publicidade

    Com a degradação das áreas florestais e as mudanças climáticas, doenças infecciosas até então restritas a zonas de mata estão se aproximando do perímetro urbano.

    + Leia também: Um tipo de leishmaniose virou doença urbana

    Em 2019, houve um surto da infecção em Contagem, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Secretaria Municipal de Saúde do município confirmou três mortes naquele ano.

    Mais recentemente, em 2023, houve esta morte confirmada da mulher que esteve na fazenda em Campinas/SP. Mais dois óbitos, de pessoas que compareceram ao mesmo local, estão em investigação.

    Continua após a publicidade

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 14,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.