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Projeto reúne diferentes grupos para subir índices de vacinação

Padres, médicos, educadores e líderes comunitários serão envolvidos nessa iniciativa, que pretende retomar os 95% de imunização para as principais vacinas

Por Fabiana Schiavon
15 set 2022, 18h06
vacinas
Ter a carteirinha de vacinação em dia contribui para a proteção da criança e toda a população que vive ao redor (CDC/Divulgação)
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Uma solução que faça o Brasil voltar a ser o país da vacina é o sonho de profissionais de saúde, principalmente os envolvidos com imunização. Sem apoio dos governos, algumas instituições resolveram tomar a frente e criaram o Plano de Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, o PRCV.

O projeto envolve estudos profundos sobre as causas que levaram à queda vacinal e ações estratégicas para fazer chegar o recado em todos os cantos.

A iniciativa envolve discutir a inclui importância de imunização com padres católicos, pastores evangélicos, líderes de religiões de matriz africana. Ela passa por alunos e professores das escolas, reúne ONGs de diferentes segmentos, empresários, comunidades indígenas e de periferia, como a Central Única das Favelas (CUFA).

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“E precisamos estar no WhatsApp desses grupos todos, porque esses líderes têm força. Se fizermos um vídeo sobre vacinação, ele não será tão impactante quanto um padre explicando na missa porque é importante imunizar seus filhos”, defende Isabel Cristina de Azevedo, líder do eixo de comunicação e educação do projeto.

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Aliás, a iniciativa é da Bio-Manguinhos/Fiocruz com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Membros Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, também estão envolvidos.

“Evitar doenças é um dever do estado, mas o lado prático disso é pensar no papel que o nosso projeto tem no PNI. Nossas ações devem complementar as do SUS em cada localidade”, defende a enfermeira Maria de Lourdes de Sousa, coordenadora da assessoria clínica do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Para que a comunicação não se perca nesse caminho, o projeto pretende abordar médicos e criar cursos para enfermeiras. “Quem trabalha no posto não pode perder a oportunidade de falar sobre o calendário com os pais e os avós que levam a criança para vacinar, mas não estão com a própria imunização em dia”, afirma Maria de Lourdes.

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O projeto está na fase 1. No momento, pesquisas, testes e treinamentos estão sendo conduzidos em dois estados. São 16 cidades do Amapá, estado com menor cobertura de sarampo e que registrou mais de 500 casos da doença no último ano. Outros 25 municípios da Paraíba com índices pequenos de imunização em geral também entraram na conta.

+ Leia também: Risco de surto: sarampo é altamente transmissível e não tem tratamento

A ideia é que toda estrutura esteja pronta para se disseminar pelo país a partir de junho de 2023.

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Diarreias em bebês por rotavírus voltaram e já temos risco de paralisia infantil

Segundos dados do SUS reproduzidos pela campanha, a primeira dose contra poliomielite está em 51%. O risco de retorno da paralisia infantil é real, assim como o de outras doenças eliminadas no nosso território.

A tabela abaixo, divulgada pela equipe do projeto, destaca em vermelho os casos mais graves de baixos índices de imunização. Ela mostra, ainda, como essa queda não é culpa apenas da pandemia do coronavírus, já que antecede a pandemia. “Muita gente deixou de dar importância às vacinas simplesmente por não conviver com essas doenças. Não ver crianças na cadeira de rodas dá a falsa impressão de que estamos totalmente livres da pólio, por exemplo. Mas isso não é verdade”, reforça Maria de Lourdes.

tabela de vacinação
Dados colhidos no DataSUS (Reprodução Sbim/Divulgação)
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O PRCV foi lançado durante a Jornada Nacional de Imunizações da Sbim, que ocorreu entre os dias 7 e 9 de setembro em São Paulo (SP). Nesse evento, também foram soados outros alertas, como o de que houveram notificações de raiva no Distrito Federal, onde a doença não dava notícia há 44 anos. Consultórios de pediatria estão recebendo casos de diarreia por rotavírus. Vacinas que nunca foram negligenciadas antes estão fazendo com que doenças extintas voltem a circular. É hora de atacarmos esse problema.

 

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