Pra começar, a nicotina estreita veias e artérias. Sem contar que outros componentes do cigarro lesam o endotélio, a camada de revestimento interno dos vasos. Essas lesões nos tubos que levam o sangue são o lugar ideal para que a gordura se deposite e dê início à formação de placas e trombos.
Tem mais: embora não haja estudos conclusivos de que o tabaco desencadeie a elevação crônica da pressão, o fato é que a cada tragada ela sobe, sim. E continua mais alta mesmo algum tempo depois que a bituca foi apagada.
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Quem não fuma, mas fica exposto à fumaça, também está sob risco. Uma pesquisa australiana demonstrou que a convivência
com adultos fumantes causa danos irreversíveis na garotada. Os cientistas acompanharam por duas décadas um grupo de mais de 2 mil crianças com idades entre 3 e 18 anos.
E exames de ultrassom acusaram o envelhecimento precoce da carótida, importante artéria do pescoço, entre os filhos de fumantes. Mais espessos e sujeitos a entupimentos, esses vasos armam condições para um futuro acidente vascular cerebral. Não é brincadeira abandonar o vício. São inúmeras as histórias de tentativas e recaídas. Mas o esforço vale a pena.