Pneumotórax: o que é, quais são as causas, sintomas e tratamentos
Colapso pulmonar pode ser desencadeado por traumas ou doenças respiratórias prévias

O pneumotórax é um colapso do pulmão que leva à falha respiratória. O quadro é desencadeado pela entrada de ar no espaço entre o pulmão e a parede torácica, causada por perfurações ou outros problemas no pulmão.
Pessoas sem histórico prévio de danos ao órgão também podem apresentar pneumotórax. A depender da causa e da intensidade do colapso, ele pode ser uma emergência médica que traz risco à vida.
É essencial busca atendimento rápido para realizar a descompressão do tórax e restaurar a função respiratória.
O que é pneumotórax?
Quando o ar se acumula na cavidade pleural – região que fica entre o pulmão e a parede torácica – temos um caso de pneumotórax. A pressão gerada no exterior do pulmão por essa bolsa de ar causa um colapso no pulmão.
Esse colapso pode ser total ou afetar apenas parte do órgão.
As causas são variadas e geram diferentes classificações para a condição. Em situações graves, o pneumotórax é considerado uma emergência médica e pode levar à falência pulmonar ou cardíaca.
Sintomas
O diagnóstico do pneumotórax costuma se basear em exames de imagem, principalmente o raio-X. Tomografia computadorizada e ultrassom podem complementar a investigação clínica.
Uma gasometria arterial também costuma ser indicada para medir a oxigenação do sangue.
A suspeita surge a partir da manifestação dos sintomas, que podem incluir:
- Dor intensa no peito;
- Falta de ar e dificuldade para respirar;
- Coloração azulada nos lábios e dedos;
- Taquicardia;
- Tosse;
- Sudorese;
- Choque.
Tabagistas têm maior probabilidade de desenvolver pneumotórax, porque fumar causa uma inflamação das vias aéreas que aumenta o risco para os pulmões. A condição é mais comum em homens, e pode ter associações genéticas.
O pneumotórax pode ser recorrente, e pessoas cujos pulmões já colapsaram uma vez têm mais chances de apresentar o quadro novamente.
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Causas do pneumotórax
O pneumotórax pode ocorrer tanto em pessoas com doenças respiratórias prévias quanto em quem não possui qualquer problema de saúde. Pode afetar um ou ambos os pulmões – nessa última circunstância, é chamado de pneumotórax bilateral.
Em pacientes sem diagnóstico de doença pulmonar e sem indicativos de danos nos pulmões, o pneumotórax é considerado espontâneo e primário. A causa é a ruptura de uma pequena bolha formada na superfície pulmonar.
Já casos espontâneos secundários são aqueles em que há um agravamento de uma condição pulmonar já conhecida.
Algumas doenças associadas ao pneumotórax são:
- Pneumonia;
- Tuberculose;
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC);
- Abscesso pulmonar;
- Infecções respiratórias;
- Asma;
- Fibrose cística;
- Ruptura espontânea do esôfago;
- Câncer;
- Enfisema;
- Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda (SDRA).
Tipos de pneumotórax
Eles são classificados da seguinte maneira:
- Pneumotórax traumático: provocado por um traumatismo torácico. Um ferimento com objeto perfurante, por exemplo, ou uma fratura na costela podem romper o pulmão e gerar o vazamento de ar na cavidade pleural.
- Pneumotórax iatrogênico: consequência de intervenções médicas como biópsia de fígado, rim e pulmão ou punção da veia central.
- Pneumotórax catamenial: decorre de alterações no diafragma relacionadas à endometriose. Cistos formados devido à endometriose se rompem e sangram no espaço pleural, gerando pressão no pulmão.
- Pneumotórax neonatal: aparece em razão do rápido aumento da pressão transpulmonar no momento do anscimento, que pode estar ligado à aspiração de mecônio, muco ou sangue durante o parto ou ainda à síndrome da angústia respiratória.
- Pneumotórax hipertensivo: se deve à elevação da pressão na cavidade pleural a níveis superiores aos da pressão atmosférica. Como a saída do ar do espaço pleural não é possível, o pulmão é comprimido e uma reação de choque começa a ocorrer.
Tratamentos
Episódios muito leves de pneumotórax podem exigir apenas observação nos dias seguintes.
Se for preciso retirar o ar da pleura, diferentes métodos podem ser empregados, como uma punção com seringa e agulha ou a inserção de um dreno torácico para remover a bolsa de ar. O dreno pode ficar alocado no espaço pleural por até três dias, em média. Uma válvula também pode ser inserida no pulmão com auxílio de broncoscópio.
Em casos reincidentes, pode ser necessário fazer uma cirurgia. Outra técnica é a pleurodese, cirúrgica ou química, procedimento que visa fechar a perfuração que permite a passagem de ar para a pleura.
Enquanto o paciente passa pelos tratamento, a oxigenoterapia é utilizada de maneira complementar, para manter o abastecimento de oxigênio para o organismo.