Há mais de uma década, o farmacêutico Emerson Silva Lima, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), se dedica a estudar o papel das plantas amazônicas no tratamento de doenças comuns no país, como hipertensão, obesidade e diabetes. No último congresso da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas, ele apresentou um apanhado de resultados positivos do seu trabalho.
“Temos um amplo conhecimento popular e histórico de pesquisa, mas infelizmente se trata de um campo pouco explorado pela indústria, até pela insegurança jurídica trazida por mudanças constantes na legislação”, explica Lima.
Ainda que várias plantas já estejam em teste, estima-se que a maior parte das espécies amazônicas com potencial terapêutico não foi nem sequer identificada.
Quatro promessas que podem virar remédio
Protium heptaphyllium (breu-branco): A amirenona, um dos compostos da planta, demonstrou controlar a obesidade em ratos e já atraiu interesse da indústria.
Eugenia punicifolia (pedra ume-ca-á ou cambuí): Uma das espécies conhecidas como insulina vegetal, apresenta moléculas com ação comprovada no controle da glicose e da pressão arterial.
Copaifera multijulga (copaíba): O óleo é usado popularmente como anti-inflamatório cutâneo, e demonstrou efeitos contra a artrite em camundongos.
Salacia impressifolia (cipó-tuira): Investigado contra o diabetes, o cipó ainda tem uma substância que demonstrou ação antitumoral em experimentos com células isoladas.