Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Pessoas com deficiência, LGBTs e negros não confiam nos médicos

Pesquisa feita com essas populações escancara as desigualdades no acesso a uma consulta de qualidade

Por Fabiana Schiavon
7 fev 2023, 18h20
pesquisa saúde
Melhorar a diversidade entre profissionais de saúde é um dos caminhos para combater o preconceito durante atendimentos. (Foto: Matheus Ferrero/Unsplash/Divulgação)
Continua após publicidade

O preconceito ainda interfere no atendimento médico pelo mundo, segundo pesquisa que ouviu 11 500 pessoas em cinco países: Brasil, França, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. Negros, membros da comunidade LGBTQIAP+, indígenas e indivíduos com algum tipo de deficiência tiveram mais de uma experiência negativa com profissionais de saúde, e saem de consultas e atendimentos sem confiar nas instruções que receberam.

A sensação de “não se sentir ouvido” foi a mais citada pelos entrevistados (37% relataram essa impressão). Na sequência, há a reclamação de que “recebeu um serviço ruim” (34%) ou “explicações ruins” (33%). Alguns respondentes se sentiram “indesejáveis” (20%), “julgados” (20%) ou “inseguros” (19%) durante os atendimentos.

A pesquisa foi financiada pela farmacêutica Sanofi e conduzida pelas empresas Purpose Union e The BRC. Os dados passaram por revisão de especialistas da Harvard T.H. Chan School of Public Health.

+ Leia também: Precisamos falar sobre a saúde das pessoas com deficiência

No trecho que destaca o Brasil, 87% das pessoas com alguma deficiência, 86% dos membros da comunidade LGBTQIAP+ e 80% dos indivíduos de grupos étnicos minorizados (que no Brasil é predominantemente composto pela população negra), têm queixas nesse sentido. Para ter ideia, 77% das pessoas que não fazem parte desses grupos sentem o mesmo desconforto.

Continua após a publicidade

Esse cenário está aprofundando ainda mais as desigualdades sociais na área de saúde, segundo Neila Lopes, líder de Diversidade, Equidade e Inclusão da Sanofi Brasil.

A própria classe médica já relatou que não sente os colegas preocupados com algumas questões sociais, como os direitos da população LGBTQIAP+. “Um levantamento apontou que 39% dos médicos já viram desigualdades na assistência à saúde para pacientes dessa comunidade, e 49% disseram já ter presenciado situações de omissão”, conta Neila, citando pesquisa feita pelo site Medscape, no ano passado.

O questionário com médicos revela alguns pontos mais otimistas, como o fato de que 62% deles se dizem incomodados com a desigualdade racial.

Continua após a publicidade

Mas é preciso mudar as coisas na prática. Até porque o preconceito pode levar a desfechos trágicos. “Um exemplo é a morte relacionada ao parto, sempre maior entre as mulheres negras. Entre 2014 e 2019, foram registradas oito mortes maternas a mais entre negras do que entre brancas a cada 100 mil nascidos vivos”, relata a executiva.

Compartilhe essa matéria via:

Solução é dar oportunidade

Melhorar a diversidade entre profissionais de saúde é um dos caminhos defendidos por especialistas para transformar essa realidade.

Continua após a publicidade

Para isso, é necessário empregar mais negros, indígenas, transgêneros, além de pessoas com deficiência e de outros grupos com dificuldade de acesso ao mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, é imprescindível investir na formação desse pessoal.

A Sanofi, farmacêutica que financiou essa pesquisa, mantém iniciativas nesse sentido. “Pelo projeto Um Milhão de Diálogos, nós abrimos conversas para mapear outras dificuldades e soluções. O programa abrange bolsas de estudos, e estamos na fase de fechar parcerias com as instituições de ensino”, completa a executiva.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.