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Pedra hume é segura? Conheça os usos e riscos envolvidos

Composto conhecido pelo uso alternativo a desodorantes e sprays antissépticos é menos seguro do que prometem os vendedores

Por Clarice Sena
28 jun 2024, 17h30
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  • A pedra hume é o nome popular de uma substância tecnicamente chamada de alumen de potássio, comercializada na forma sólida ou spray.

    Ela supostamente estancaria sangramentos e auxiliaria na limpeza de ferimentos. Por ser um composto de minerais, ganhou ainda a reputação de ser uma alternativa natural para desodorantes, aerossóis que contêm alto volume de alumínio.

    Mas será que tudo isso é verdade?

    Começamos a desvendar esses mitos a partir do próprio nome verdadeiro da pedra hume. Se você achou que o nome alúmen de potássio se parece com alumínio, não é por acaso. A palavra latina “alúmen” é a mesma que dá nome ao alumínio. Com o passar do tempo, a forma “alúmen” se transformou em “ahume”.

    Assim, a pedra hume ou “pedra alúmen” seria uma pedra de alumínio. A ciência confirma a etimologia, já que a fórmula da pedra hume inclui pelo menos um átomo de alumínio e outro de potássio, junto a oxigênio e enxofre.

    O composto originalmente tem uso industrial na fabricação de têxteis, curtimento de couro, purificação da água e como endurecedor de gelatinas de fotografia

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    +Leia também: Desodorante sem alumínio: você está preparado para suar mais?

    O alúmen de potássio é extraído de um mineral chamado alunita, que ocorre em áreas de meteorização — nome dado à decomposição das rochas. A extração envolve processos físicos e químicos da mineração, que geram impactos ambientais diversos.

    Além disso, nem todas as pedras no mercado são totalmente naturais: algumas são feitas em processo industrial, gerando alúmen de amônia e alúmen de potássio sintético.

    Nos últimos anos, pelo menos duas empresas foram suspensas pela Anvisa por descumprirem boas regras de fabricação de produtos, incluindo o alúmen de potássio.

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    Mitos sobre os usos da pedra hume

    Na seara da autoestima, há o mito de que a pedra hume auxiliaria na atenuação de estrias e na eliminação de espinhas, graças a supostas propriedades esfoliantes e de contenção de poros da pele. A verdade é que tal efeito é o mesmo de outros minerais encontrados no mercado: a esfoliação acontece apenas por conta da raspagem de pele morta.

    Já em relação ao tratamento de espinhas, a pedra hume também não é uma boa aliada, porque atrapalha na hidratação natural da pele e tem efeitos corrosivos, podendo causar alergias.

    Outro uso equivocado é o da pedra hume para estreitar o canal vaginal durante relações sexuais. Essa utilização é totalmente desaconselhada por especialistas: além de causar a alteração do pH vaginal, a substância também pode provocar o ressecamento da vagina, levando a ferimentos, relações mais dolorosas e propensão a infecções.

    A origem destes mitos provavelmente está relacionada à observação de contração dos poros da pele após a aplicação do produto. Não existem estudos que apontem de forma sólida os benefícios da utilização de pedra hume.

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    Uso como antisséptico também exige cuidado

    O uso mais conhecido da pedra hume é como antisséptico para estancar pequenos sangramentos, provavelmente a única forma relativamente segura de aplicação.

    Por outro lado, pesquisas indicam que, apesar de impedir a saída de sangue, ela pode ser prejudicial ao processo de cicatrização, já que inativa a ação de coagulantes biologicamente ativos e atrapalha a estrutura física ao redor do local do sangramento, acarretando em processos inflamatórios.

    Outro caso grave que exige atenção é a ingestão oral (geralmente acidental) do alúmen de potássio, que pode causar graves hemorragias gastrointestinais e levar a problemas mais sérios. Caso isso aconteça, é aconselhado procurar orientação médica imediatamente.

    Apesar dos usos populares, a recomendação é que você não recorra à pedra hume em nenhuma situação sem ouvir um profissional de saúde antes.

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