A obesidade é uma das comorbidades que estão associadas às formas graves de Covid-19, independentemente de outros fatores de risco, ao lado de diabetes, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, entre outras. Um novo estudo sugere que, em pessoas com obesidade grave, a vacina apresenta uma redução maior de anticorpos neutralizantes após seis meses. Isso indica que infecções de escape – que ocorrem mesmo com a vacinação – seriam mais comuns nesse grupo e aponta para a necessidade de vacinação mais frequente.
O estudo, feito pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, avaliou a relação entre índice de massa corporal (IMC), hospitalização e mortalidade em 3,5 milhões de pessoas (650 mil tinham obesidade). Aqueles com a chamada obesidade grave (IMC acima de 40) que estavam vacinados com ao menos duas doses foram significativamente mais propensos a serem hospitalizados ou morrerem de Covid-19 – e o risco aumentou com o tempo desde a vacinação.
Os pesquisadores então fizeram um estudo prospectivo da resposta imune em pessoas vacinadas com obesidade grave. E constataram que, em comparação com as de peso normal segundo o IMC, seis meses após a segunda dose da vacina os anticorpos neutralizantes estavam reduzidos nesse público.
Ainda segundo o estudo, a capacidade de neutralização foi restaurada por uma terceira dose de vacina, mas novamente diminuiu mais rapidamente em indivíduos com obesidade grave. O estudo demonstrou ainda que as infecções de escape ocorreram mais cedo quanto maior o grau de obesidade.
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Como a imunidade adquirida pela vacinação normalmente declina entre seis e nove meses após a segunda dose, muitos países optaram pela aplicação das doses de reforço, especialmente para os idosos e imunossuprimidos – inclusive o Brasil, que atualmente está vacinando a população com mais de 30 anos com a quarta dose da vacina.
“Sabemos que a obesidade é um fator de risco para o desfecho desfavorável da Covid-19, possivelmente associada a algumas causas como estado pró-inflamatório e desequilíbrio hormonal”, ressalta a infectologista Priscilla Yoshiko Sawada, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia.
*Este conteúdo é da Agência Einstein.