Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

O risco de pegar coronavírus em diferentes ambientes e situações

Manter dois metros de distância nem sempre evita a Covid-19. A transmissão depende de ventilação, aglomeração, uso de máscaras e certos comportamentos

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 3 set 2020, 18h22 - Publicado em 3 set 2020, 18h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Há uma regra bastante difundida que diz: mantenha dois metros de distância dos outros para não pegar Covid-19. Mas ela se baseia em evidências antigas. Dependendo do ambiente e do comportamento de cada um de nós, o novo coronavírus pode viajar mais longe do que isso através de um espirro, por exemplo.

    É o que afirmam pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e da Universidade Oxford, na Inglaterra, em uma análise publicada no periódico British Medical Journal (BMJ).

    Os autores destacam que o recado de ficar a dois metros de alguém para não ser contagiado por uma doença infecciosa vem de testes feitos entre o final do século 19 e os anos 1950. Esse número surgiu da observação do espalhamento de gotículas respiratórias visíveis que são expelidas pela boca ou pelo nariz. Na época, faltava tecnologia para verificar as partículas menores e as dinâmicas em diferentes contextos e cenários de ventilação.

    Evidências mais recentes, contudo, indicam que o Sars-CoV-2 pode viajar por mais do que dois metros. Uma revisão sistemática publicada no Journal of Infections Diseases aponta que, em oito dos dez estudos avaliados, o vírus superou essa distância, que vem sendo usada como padrão na reabertura do comércio.

    A variação do risco de infecção pelo coronavírus

    A cada vez que alguém respira, fala, canta, tosse ou espirra, forma-se uma pequena nuvem de gás a partir do ar exalado. Ela carrega as gotículas — que podem estar repletas de cópias do Sars-CoV-2 — em uma velocidade mais rápida do que o fluxo de ar do ambiente.

    Continua após a publicidade

    Se há pouca ventilação e muita aglomeração, o alcance dessa nuvem tende a se amplificar. No caso de um espirro, por exemplo, ela chegaria a até oito metros em segundos.

    Pensando nisso, os pesquisadores criaram uma tabela de risco. Ela não define distâncias específicas para cada situação (até porque, no caso da Covid-19, isso ainda não está definido), porém ajuda a entender quão exposto alguém está à doença em diferentes cenários. Atenção: a tabela considera o uso de máscaras por pessoas assintomáticas — as com sintomas nem devem circular, pois tendem a emitir mais partículas virais. Confira (a tradução foi feita pela Veja Saúde):

    como coronavirus é transmitido?
    (Ilustração: Laura Luduvig / Fonte: British Medical Journal/SAÚDE é Vital)
    Continua após a publicidade

    Nas situações de alto risco, pintadas de vermelho, o ideal é aumentar o distanciamento ao máximo possível e limitar o tempo de permanência ao mínimo necessário. Boates e bares são exemplos de locais fechados, que aglomeram muita gente e onde gritos e cantorias são frequentes. De acordo com esse artigo, passar muito tempo nessa situação envolve um risco considerável, mesmo de máscara.

    Por outro lado, ambientes mais ventilados e pouco frequentados permitiriam uma liberdade maior. “Isso facilitaria a retomada da normalidade em certos aspectos de nossa vida social e econômica”, escrevem os cientistas na análise.

    Em resumo, há necessidade de avaliar a aglomeração, a ventilação, o uso de máscaras e o comportamento das pessoas.

    Continua após a publicidade

    Surtos em ambientes fechados

    Os pesquisadores incluíram no artigo diversos relatos de transmissão que sustentam a hipótese de adotar distâncias maiores de dois metros entre as pessoas em determinadas ocasiões. Há o caso de um corista sintomático que, em um ensaio, transmitiu o coronavírus para 32 outros cantores, mesmo com medidas de distanciamento.

    Outro exemplo é o de um restaurante na China, onde dez frequentadores de três famílias foram infectados em uma hora. As mesas ficavam a mais de quatro metros de distância umas das outras. O padrão de transmissão nesse relato indica que o fluxo de ar promovido pela ventilação facilitou a disseminação do vírus. Investigações mais profundas desses surtos e experimentos em laboratório devem determinar ao certo o distanciamento físico ideal para conter a Covid-19.

    Por fim, vale mencionar que há a possibilidade — ainda não confirmada — de que o Sars-CoV-2 consiga ficar suspenso no ar por horas, mesmo sem um infectado por perto. É o que ocorre com o sarampo, por exemplo.

    Continua após a publicidade

    Se essa modalidade de contágio (chamada de transmissão por aerossol) realmente ocorrer e for comum, a presença em locais fechados e aglomerados se torna ainda mais crítica. Outro motivo que faz os especialistas pedirem para evitarmos a permanência nesses ambientes, principalmente sem máscara.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 14,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.