O papiloma vírus humano (HPV) é muito comum. Estima-se que a maioria das mulheres já tenha tido contato com ele em algum momento da vida.
Nem sempre ele causa problemas, mas está ligado ao aparecimento de verrugas e ao câncer. Veja como isso acontece e como se proteger do agente:
Os patógenos
São centenas de papilomavírus humanos, o nome oficial do agente infeccioso.
Eles estão disseminados por aí: estudos mostram que 80% das mulheres terão contato com o HPV alguma vez na vida, e que entre 25 e 50% estejam infectadas.
Para os homens, as estatísticas são menos robustas, mas também preocupantes.
Uma nova revisão, publicada no periódico The Lancet, apontou uma prevalência de 31% de infecção por HPV entre eles. Os tipos de alto risco, mais ligados ao câncer, podem estar presentes em até 21% do público masculino.
O homem (hetero, bi ou homossexual) também deve se cuidar, com vacinas na adolescência e visitando o urologista regularmente. Exames em consulta e no laboratório flagram lesões suspeitas.
As verrugas
Carregado pelos fluidos corporais, o vírus tem atração por mucosas da região genital, anal ou da garganta, por exemplo.
Na maioria dos casos, se instala e causa uma infecção sem sintomas. Quando aparecem, a principal manifestação são verrugas (condilomas), que podem crescer e se agrupar, lembrando uma árvore.
A ameaça
O principal risco, contudo, é que alguns tipos do vírus podem passar anos e anos quietinhos até dar origem a um tumor.
Antes disso, surgem as lesões pré-cancerosas, ou subclínicas, indetectáveis a olho nu. O mais comum é que elas se instalem no colo do útero, mas há outros alvos espalhados pelo corpo: boca, ânus, pênis…
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O câncer
Ele ocorre porque o vírus tem a capacidade de se infiltrar no nosso genoma, desativando mecanismos protetores e levando a mutações que transformam células normais em cancerosas — fatores como genética e imunidade contribuem para o desfecho.
Pelo menos 14 subtipos do HPV causam câncer (os principais são o 16 e o 18).
A vacina nonavalente
Em 2023, chegou à rede privada um novo imunizante, que protege contra nove tipos do HPV e reduz em mais de 90% o risco de tumores no colo do útero, entre outros. Quem tomou a dose do SUS pode tomar a nova como proteção extra.
Ela está recomendada para pessoas entre 9 e 45 anos de idade. O ideal é se proteger antes de iniciar a vida sexual, mas mesmo adultos que já tiveram contato com o vírus se beneficiam do esquema.
Cobertura vacinal do HPV aquém do esperado
Efeito no câncer
Tudo sobre a vacina de HPV
Veja informações sobre quem deve tomar, quando e onde:
Fontes: Giovanna Sapienza, infectologista do Centro de Prevenção e Vacinação Meniá, em São Paulo; Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e Karen de Rocha Pauw Urologia, ginecologista especialista em reprodução humana pela Universidade de São Paulo (USP)