A endometriose acontece quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce para fora do órgão. Os fragmentos vão parar no ovário, nas trompas e até em regiões vizinhas. Mesmo deslocado, o tecido excedente é estimulado a crescer e, na hora da menstruação, descama junto com o endométrio original.
A partir daí, surgem as cólicas intensas, o desconforto e, com o tempo, dificuldades para engravidar. Além disso, o risco de câncer de ovário é mais alto em mulheres com o problema.
É difícil estabelecer as causas da endometriose, mas, em parte, o distúrbio é provocado pela menstruação retrógrada, quadro em que pequenas porções de sangue voltam pelo canal vaginal e se alojam aonde não deveriam.
Isso ocorre pelo estímulo constante do estrogênio, hormônio que faz o endométrio aumentar de tamanho e sangrar todos os meses.
Sinais e sintomas
O crescimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina induzem reações inflamatórias. As pacientes podem apresentar dores que reduzem a qualidade de vida.
Entre os sinais e sintomas mais comuns da endometriose estão a dor anormal do ciclo menstrual, dor pélvica crônica e dor genital durante a relação sexual), além de queixas intestinais e urinárias cíclicas.
Em resumo, os incômodos incluem:
- Cólica intensa mesmo fora do período menstrual
- Inchaço abdominal
- Dor durante e após o sexo
- Dor para urinar e evacuar
- Intestino preso ou solto demais
- Menstruação irregular
- Dificuldade para engravidar
Fatores de risco
São considerados fatores de risco a presença de endometriose na família, em primeiro grau; dor anormal do ciclo menstrual, especialmente nos casos resistentes ao tratamento; ocorrência de ciclos menstruais com fluxo aumentado e a exposição a substâncias presentes no meio ambiente, como plásticos e maquiagem, por exemplo.
A lista também inclui:
- Ter filhos depois dos 30 anos
- Alterações no útero
- Estresse
- Má alimentação
A prevenção
Embora em muitos casos não dê para prevenir o aparecimento da endometriose, alguns hábitos diminuem o risco de ela dar as caras, como diminuir o estresse e aumentar o consumo de alimentos ricos em ômega-3, como o salmão e o óleo de linhaça.
O diagnóstico
A partir da primeira menstruação, o médico precisa ficar atento às cólicas — quanto mais rápido o diagnóstico, menor o risco de a doença progredir. Uma batelada de exames de imagem e sangue dá início ao tratamento, mas a certeza do diagnóstico só vem mesmo com a videolaparoscopia, uma cirurgia que permite observar os focos da endometriose. A doença é classificada em leve, moderada ou grave.
O tratamento
Não há cura para a endometriose, mas dá para combater os focos dela e praticamente anular os sintomas.
Anticoncepcionais que barram a ação do estrogênio são frequentemente prescritos, apesar de não serem criados originalmente para esse fim. Há também remédios mais específicos, que simulam a ação da progesterona no controle do endométrio.
Quando a doença avança, os médicos podem optar pela cirurgia. Por meio de uma pequena incisão no umbigo, a videolaparascopia identifica e cauteriza os locais afetados.
Outra opção é apenas extrair as células que estão fora do lugar. A atividade física também pode ser benéfica porque libera substâncias que aliviam a dor.
Em situações específicas, opta-se pela retirada do útero – procedimento chamado de histerectomia.