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O que é e como funciona a hemodiafiltração de alto volume

Menos conhecida do que a hemodiálise, essa técnica oferece mais tempo e qualidade de vida para os pacientes com doença renal crônica. Saiba mais sobre ela

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 13 jul 2020, 10h48 - Publicado em 17 jun 2020, 17h16

A técnica mais conhecida para filtrar o sangue de pessoas com doença renal crônica é a hemodiálise. Porém, outro método mais moderno, nascido no início dos anos 2000, promete ser mais eficaz e trazer uma maior qualidade de vida. Estamos falando da hemodiafiltração de alto volume.

Antes de entender como ela funciona, vamos lembrar da ação da hemodiálise. Através de um cateter colocado no braço, essa terapia consiste em levar o sangue do paciente até uma máquina, onde ele é filtrado. É um equipamento que visa substituir o trabalho dos rins.

Cada sessão de hemodiálise leva de três a quatro horas e precisa ser repetida, em média, três vezes por semana.

Acontece que, no aparelho convencional (dialisador), o filtro utilizado tende a captar toxinas de maior porte. Já as menores passam batido e voltam para o sangue.

A hemodiafiltração de alto volume, por sua vez, recorre a uma máquina capaz de tirar até essas impurezas menores da circulação. O nefrologista Sérgio Dias, diretor da Prevent Senior, rede que disponibiliza o método, explica que, para isso, o equipamento precisa ser mais potente e retirar mais líquido do corpo de uma só vez. “Essa é a principal diferença em relação à hemodiálise convencional”, aponta.

Normalmente, o corpo não aguentaria a saída de tanto sangue, mesmo que de forma temporária. Daí porque, nessa técnica mais moderna, a máquina vai infundindo uma água ultrapura durante o procedimento.

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Os benefícios e desvantagens da hemodiafiltração

Terapias hemodialíticas, em geral, apresentam alguns riscos cardiovasculares. “Há a possibilidade de infarto, arritmia cardíaca e queda acentuada de pressão”, alerta Dias. Fora isso, não há equipamento que substitua perfeitamente os nossos rins.

Porém, um estudo publicado em 2013 por várias instituições espanholas no Jornal da Sociedade Americana de Nefrologia mostrou que a hemodiafiltração está associada a um menor risco de morte.

Os cientistas acompanharam, por três anos, 906 portadores da doença renal crônica. Entre eles, 450 faziam hemodiálise e 456, hemodiafiltração. No fim da análise, os pesquisadores constataram uma redução de 30% no risco de mortalidade por qualquer causa. Além disso, a possibilidade de falecer por uma infecção caiu 55% e, por acidente vascular cerebral (AVC), 61%.

Dias conta que quem faz a hemodiálise normal também tende a apresentar um maior mal-estar. “O paciente acaba tendo mais instabilidade na pressão, indisposição e sonolência”, relata o especialista.

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Segundo Dias, o mesmo não acontece com tanta frequência na hemodiafiltração de alto volume. “Muitos até voltam a trabalhar por se sentirem mais dispostos”, complementa o especialista.

O tempo de duração é, via de regra, igual ao da outra técnica. E a quantidade de vezes necessárias para ir à clínica, também. “É preciso realizar a individualização da terapia. Ajustar a frequência e a duração da sessão é fundamental para melhorar a qualidade de vida e reduzir potenciais complicações”, pondera Dias.

Mas, claro, existe a questão financeira. O tratamento com hemodiafiltração sai mais caro em um primeiro momento e não está disponível na rede pública. O preço da manutenção das instalações necessárias para realiza-la é alto — ao ponto de mesmo a maioria das clínicas privadas ainda não oferecerem o serviço.

Só que, como a pessoa teria menos complicações com essa técnica, o gasto futuro com internações seria menor. E essa conta precisa ser feita em todas as esferas.

“É uma pena que empresas não abram os olhos para o benefício que a hemodiafiltração de alto volume pode trazer para a pessoa. Não dá para se concentrar só nos gastos com ela naquele momento. Tem que entender a jornada do paciente o tempo todo, olhar de forma mais abrangente”, finaliza o profissional.

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