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O necessário esforço para eliminar doenças negligenciadas

Pesquisas e programas voltados ao manejo de problemas relacionados a populações mais vulneráveis são fundamentais como política de saúde pública

Por Goretti Tenorio
Atualizado em 5 jun 2024, 10h17 - Publicado em 4 jun 2024, 10h20
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Pesquisa é um dos pilares para a erradicação das doenças tropicais negligenciadas (Imagem: Freepik/SAÚDE é Vital)
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Hanseníase, tuberculose, doença de Chagas, entre outras… O nome oficial deste conjunto de doenças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é doenças tropicais negligenciadas (DTNs).

E o tema é tão relevante que ganhou uma data com o objetivo de dar visibilidade e fomentar ações voltadas ao controle desses males – o Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, 30 de janeiro, foi instituído em 2020. Em 2024, a campanha teve como lema o chamamento “Participe. Aja. Elimine. Vamos melhorar a vida de nossas comunidades combatendo as doenças tropicais negligenciadas nas Américas”.

Com metas ambiciosas, a OMS planeja medidas capazes de erradicar as DTNs até 2030, com estratégias que passam por monitoramento, diagnóstico e acesso a tratamento, além de prevenção, incluindo a eliminação de fatores de disseminação das doenças, como falta de saneamento básico.

Pesquisa e inovação, assim como sistemas de saúde sólidos, são pilares dessa trajetória, diz o documento.

+ Leia também: A luta contra as doenças tropicais negligenciadas continua

No Brasil, a lista de DTNs que afligem a população ainda é longa. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 580 mil brasileiros foram atingidos entre 2016 a 2020, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, com estimativa de mais de 110 mil novos casos por ano. Ainda de acordo com a pasta, a estimativa é de cerca de 30 milhões de pessoas vivendo sob risco dessas doenças por aqui.

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Inovação contra a hanseníase

De tecnologias diagnósticas a políticas públicas, todos os recursos são bem-vindos quando se trata de prevenir e impedir os avanços dessas mazelas, que, em pleno século 21, seguem fazendo estrago.

Em 2021, por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) se uniram em torno de um projeto premiado: o desenvolvimento de um teste rápido para hanseníase. Cercada de estigmas em razão das manchas e placas que provoca na pele, a infecção é um dos agravos mais antigos que ainda se espalham pelo mundo afora.

O diagnóstico precoce e o rastreio são considerados pontos fundamentais para mudar o panorama nos países que lideram os casos da doença, caso do Brasil, que ocupa o segundo lugar nesse ranking, atrás apenas da Índia.

Os pesquisadores conseguiram criar uma plataforma inovadora, capaz até mesmo especificar o tipo da doença, permitindo assim não apenas encaminhar a tratamento um número maior de pessoas, mas ajudando a direcionar os cuidados.

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+ Leia também: Hanseníase: mitos e verdades sobre sintomas, tratamentos e como se pega

Enfermidades ligadas à pobreza

No âmbito governamental, em 2011 o estado de Pernambuco foi pioneiro no lançamento de um projeto específico para lidar com enfermidades ligadas à pobreza extrema, o Programa Sanar.

A estratégia mirou prioritariamente, além de hanseníase e tuberculose, problemas como doença de Chagas, provocada pelo protozoário Trypanossoma cruzi e relacionada a complicações cardíacas; filariose, verminose que pode levar a deformidades como edema de membros; esquistossomose, ou barriga d’água, causada pelo verme Schistossoma mansoni e responsável por aumento do volume do abdômen; leishmaniose, em que um protozoário carregados por mosquitos desencadeia lesões na pele e em outros órgãos; e tracoma, inflamação ocular contagiosa que pode levar à cegueira.

Em outro exemplo, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP), se unem a consórcios internacionais como o Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês) em torno de pesquisas com foco na descoberta de novos fármacos.

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Também ligado à USP, o Instituto de Medicina Tropical anunciou investimentos para a criação de um centro voltado a estudos dessas doenças.

Apresentar aos brasileiros o resultado de iniciativas que contribuam para a erradicação das doenças tropicais negligenciadas é também um dos objetivos do Prêmio VEJA SAÚDE Oncoclínicas de Inovação Médica 2024.

Com oito categorias, a premiação recebe indicações de universidades, centros de pesquisa, órgãos públicos, empresas, hospitais, clínicas e entidades médicas, que serão avaliadas por um time de primeira linha da ciência brasileira.

Veja o regulamento completo, saiba como participar e conheça os vencedores de 2023 em: https://premiodeinovacaomedica.com.br/

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