O futuro da medicina e a gestão de dados com segurança
Connect Day, evento realizado pela Philips, debate os caminhos para que o atendimento em saúde seja mais tecnológico, preditivo e integrado
Dados portáteis, que podem ser acessados com agilidade por equipes médicas autorizadas a partir de qualquer lugar. Aparelhos de ultrassom móveis, utilizados pela equipe que faz o atendimento de emergência – enquanto recebe orientações de um centro de especialistas remoto. Ações de cuidado e prevenção baseadas no tratamento personalizado, facilitado pelas novas tecnologias.
Sensores microscópicos, capazes de gerar dados em quantidades inéditas e analisados por sistemas inteligentes que interpretam milhares de imagens e, assim, entregar diagnósticos com um novo grau de precisão, ajudam também a sustentar a decisão sobre procedimentos minimamente invasivos, apoiados em equipamentos robóticos e conduzidos por equipes médicas multidisciplinares, baseadas em diferentes locais do planeta.
Na visão de Jeroen Tas, chief innovation & strategy officer da Philips, esse é o futuro da medicina. “A pandemia ensinou a importância de receber informações em tempo real, e muita da tecnologia necessária está pronta”, ele afirmou, ao vivo, para o público brasileiro e latino-americano da sétima edição do Connect Day.
Saúde integrada
Realizado pela Philips em um ambiente totalmente digital, o evento reúne instituições de saúde e tecnologia de todo o Brasil e da América Latina para compartilhar e apresentar inovações para o segmento. O tema central, coerente com o momento de pandemia e mudanças sociais e comportamentais, é Saúde Mais Tecnológica, Preditiva e Integrada.
O primeiro dos dois dias de evento foi marcado por palestras e mesas-redondas que abordaram a transformação digital do setor de saúde, as mudanças provocadas pelo novo coronavírus e as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Em sua apresentação, Transformação Digital da Saúde: Novas Tecnologias e Tendências, Jeroen Tas avaliou que o futuro da indústria está na medicina precisa, preditiva, proativa e com atendimento 24/7, holístico e coordenado. “O digital está viabilizando a transformação. Durante a pandemia, reafirmamos o compromisso da Philips em buscar melhores resultados e experiências, tanto do paciente quanto do corpo médico, e menores custos no cuidado de saúde.”
Tas lembrou que a nova geração é mais preocupada com o bem-estar. “Uma das missões do setor é empoderar consumidores para gerenciar e monitorar sua própria saúde, com soluções altamente personalizadas que permitem o engajamento com profissionais em busca de cuidado constante, e não apenas focado em episódios.”
Para isso, será necessário que todos os envolvidos na cadeia, desde laboratórios diagnósticos até hospitais, passando pela indústria farmacêutica e o atendimento em home care, estejam interligados.
Treinamento e convencimento
Mas como alcançar esse futuro? Como implementar, na prática, as mudanças necessárias para trazer qualidade no atendimento e benefícios para pacientes e profissionais de saúde? O painel Transformação Digital da Saúde: O Caminho a Seguir reuniu quatro especialistas para debater propostas concretas nessa direção.
“Entre os benefícios da saúde digital estão segurança do paciente, qualidade assistencial, eficiência operacional, redução de custos e satisfação dos profissionais e dos pacientes”, afirmou Cláudio Giuliano, CEO da Folks, empresa de consultoria e treinamento em informática para saúde. “Para implementar essas mudanças, em busca de maturidade digital, é importante avaliar o cenário da instituição, desenvolver um planejamento e colocá-lo em prática engajando as equipes.”
Comprometimento, aliás, é essencial, como lembrou a doutora Carine Junqueira, chief medical information officer no Hospital Dona Helena e medical specialist EMR na Philips. “É preciso convencer as pessoas a sair da zona de conforto, mas para isso o gestor deve levar as ferramentas para o profissional médico e a equipe assistencial. A equipe médica precisa acreditar que a mudança vai trazer benefícios.”
É necessário um trabalho de convencimento, que passa pela comunicação transparente das mudanças que serão implementadas e dos objetivos buscados com cada uma delas. Apontou, durante o painel, Alex Vieira, CIO do Hcor: “A dificuldade não é a transformação digital em si, mas a mudança do mindset analógico. Temos que sair um pouco da romantização e lembrar que não é fácil alcançar a transformação digital”.
Uma medida que acelera a adoção, segundo Vieira, é buscar as ferramentas que funcionam para cada instituição em particular. Além de personalizar, selecionar um único método, entre tantos disponíveis, facilita o processo. “Isso agiliza a implementação, considerando que você pode ter o bom primeiro e depois buscar o ótimo.”
Gestão dos dados
Por sua vez, Vladimir Pizzo, CMIO da Philips, lembrou que essa jornada não precisa ser caótica. “Muitas vezes, a implementação gradual, considerando as demandas das pessoas e ajustando os processos, garante o sucesso da mudança. Transformar implica ouvir as necessidades dos maiores interessados, seja o profissional de saúde ou o cidadão”, afirmou.
O grau de investimento nesses processos foi indicado pelo instituto Gartner, lembrou Pizzo: “O hospital deveria dedicar uma porcentagem do seu orçamento total à área de tecnologia da informação”. O retorno do investimento em transformação digital, segundo ele, é visualizado dentro de cinco a sete anos, a depender da implementação do projeto.
A segurança dos dados é fundamental para o mercado de saúde, principalmente com a aprovação da LGPD. Para tratar do tema Transparência e Compliance, o Connect Day contou com a presença de Luis Gustavo Kiatabe, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS).
“A nova lei fornece uma série de direitos ao paciente, incluindo o conhecimento sobre o tratamento dos dados, o acesso a informações e a portabilidade entre hospitais, laboratórios, consultórios, operadoras, fornecedores, farmácias, universidades, indústria e governo”, explicou o especialista. “O paciente agora está empoderado das suas informações.”
No setor de saúde, ao contrário de outras áreas, a informação é feita para transitar, lembrou Kiatabe: “Um exame gerado por um laboratório é compartilhado com o médico e o paciente. É diferente do que acontece nas instituições financeiras”.
Para lidar com essas mudanças, as empresas são obrigadas a mapear os dados sensíveis que têm sob seu controle, além de identificar fluxos e processos. “As instituições de saúde precisam documentar com quem e como compartilham informações.” Para a Philips, isso faz parte de um programa de gerenciamento de dados responsável no qual educação, políticas, procedimentos, aspectos físicos e tecnológicos são considerados.
É preciso, também, elaborar um plano de resposta a incidentes e um relatório de impacto à proteção de dados. “A conscientização é importante. Não adianta criar um sistema de acesso sofisticado se o colaborador anota sua senha em um papel e deixa sobre o computador.”
Tasy EMR
A Philips vem atuando ativamente na construção de conexões capazes de facilitar o atendimento ao paciente, por meio de plataformas digitais que auxiliam no diagnóstico preciso, fornecem todo o histórico médico, proporcionando um tratamento mais assertivo, e garantem também a proteção de dados.
A empresa acaba de aprimorar, por exemplo, seu sistema de gestão de saúde, o Tasy EMR, que agora oferece também a arquitetura em nuvem – operando como SaaS (Software as a Service). Uma vez que a instalação da solução, configuração e gestão do ambiente de servidores são responsabilidades da Philips, as instituições de saúde passam a realocar seus recursos em outras atividades relevantes para seu principal objetivo, que é atender os pacientes, facilitando o dia a dia do profissional.
Todas as informações geradas pelo Tasy EMR são protegidas por mecanismos de criptografia. “Nossos softwares e equipamentos são desenvolvidos e projetados para garantir que os dados de pacientes, hospitais e demais envolvidos sejam protegidos. Como provedora de soluções em saúde, temos o compromisso de longa data de respeitar a privacidade de todos. A Philips é uma das duas fabricantes de dispositivos médicos que participam da força-tarefa de segurança cibernética do departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos, por exemplo”, explica Patrícia Frossard, country manager da Philips Brasil e head de legal&compliance LatAm.
“O Tasy está preparado para atender à LGPD”, confirmou Luis Gustavo Kiatabe.