Cidades que tenham vacina de HPV com prazo de validade até setembro poderão, a partir de hoje (18), aplicá-la em homens e mulheres com até 26 anos. Terminado o estoque que está prestes a vencer, as vacinas deverão voltar a ser administradas apenas para o público-alvo, de 9 a 15 anos.
As orientações são do Ministério da Saúde e foram aprovadas ontem (17), em Brasília, durante a reunião com representantes de governo federal, estados e municípios. A medida é de caráter temporário e tem, segundo a pasta, o objetivo de evitar um possível desperdício de doses que permaneçam nos estoques dos municípios.
Para a faixa etária de 15 a 26 anos, a orientação é manter o esquema vacinal de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. As pessoas que tomarem a primeira neste período, excepcionalmente, terão a segunda dose garantida no Sistema Único de Saúde (SUS) no próximo semestre.
Objetivo longe de ser alcançado
O ministério diz que, mesmo com as campanhas de divulgação na mídia sobre a importância da vacina contra o HPV e a disponibilização de vários materiais educativos, as coberturas vacinais continuam abaixo da meta preconizada de 80%.
Na faixa etária de 9 a 15 anos, de 2014 até junho deste ano, foram imunizadas com a primeira dose 10,7 milhões de meninas, o que corresponde a 74,7% do total de brasileiras nesta faixa etária. Receberam o esquema vacinal completo, recomendado pelo Ministério da Saúde, 7,1 milhões de meninas, o que corresponde a 47% do público-alvo. Ou seja: a população não está voltando ao posto para ficar 100% protegido do vírus.
Já em relação aos meninos, de janeiro a junho deste ano, 853 920 mil adolescentes de 12 a 13 anos se vacinaram com a primeira dose, o que corresponde a 23,6% dos 3,61 milhões de meninos nessa faixa etária.
Qual a importância de se imunizar?
A vacina de HPV foi incluída no Calendário Nacional de Imunização do Ministério da Saúde em 2014. A vacinação é voltada para meninos com idades entre 11 a 13 anos e meninas de 9 a 14 anos.
Segundo o ministério, a vacina HPV Quadrivalente é segura, eficaz e trata-se da principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero, a quarta maior causa de morte entre as mulheres no Brasil. Nos homens, protege contra os tumores de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, evita mais de 98% das verrugas genitais, condição cheia de estigmas e de difícil tratamento.
Homens e mulheres de 9 a 26 anos, vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos de 9 a 26 anos também fazem parte do público-alvo da vacina. Os serviços que atendem essa população devem ofertar a vacina HPV rotineiramente. Neles, é necessário aplicar três doses, com intervalo de dois e seis meses entre elas.