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EUA aprovam novo antibiótico contra superbactéria

Vendido com o nome comercial Zevtera, medicamento injetável combate infecções por Staphylococcus aureus (estafilococo dourado), que podem levar à sepse

Por Maurício Brum
4 abr 2024, 17h32
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Medicamento recém-liberado para o mercado norte-americano vem reforçar o arsenal contra bactérias resistentes que não respondem aos tratamentos comuns (Freepik/Divulgação)
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A FDA, a “Anvisa norte-americana”, aprovou no início de abril um novo antibiótico para o tratamento de infecções pelo Staphylococcus aureus, uma das superbactérias que mais preocupa os médicos atualmente. Injetável, o fármaco comercializado sob o nome Zevtera é indicado para diferentes tipos de infecção por esse micróbio.

Também chamado de estafilococo dourado, ele é considerado a mais perigosa das bactérias desse tipo, que são encontradas naturalmente no corpo humano. Embora seja inofensivo na maior parte do tempo, quando provoca infecções ele está associado a quadros graves que, em situações extremas, podem levar à sepse – quadro potencialmente fatal de infecção generalizada.

O novo antibiótico é uma notícia especialmente bem-vinda em um cenário em que os especialistas se debruçam com os desafios da resistência antimicrobiana, quando bactérias e outros microrganismos começam a sobreviver aos medicamentos usados tradicionalmente.

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O que é o Staphylococcus aureus

Estafilococos em geral são bactérias que vivem em nosso corpo, em colônias na pele ou em mucosas, como as secreções nasais. O Staphylococcus aureus é uma dessas espécies, que acabou ganhando mais destaque em função da maior gravidade das infecções causadas por ele, devido à resistência aos remédios de uso comum.

Infecções estafilocócicas podem provocar quadros diferentes, com vários níveis de preocupação. Casos leves podem se resumir a furúnculos, por exemplo, e ser tratados com antibióticos habituais. Em quadros graves, porém, podem ocorre situações como endocardites e septicemia.

Complicações maiores estão ligadas à circulação desse germe pela corrente sanguínea, o que pode levar a infecção a várias partes do corpo e comprometer o funcionamento dos órgãos.

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O estafilococo dourado já era um velho conhecido dos médicos por estar associado a casos de resistência antimicrobiana em hospitais. Em anos recentes, essa bactéria se tornou um foco ainda maior de preocupação porque também começaram a ser registrados casos na população em geral, fora do ambiente hospitalar.

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Como funciona o novo antibiótico

Injetável, o Zevtera tem como princípio ativo o ceftobiprol medocaril sódico e foi aprovado pela FDA para os seguintes casos:

  • adultos com bacteremia (quando o estafilococo já está na corrente sanguínea), inclusive casos com endocardite
  • adultos com infecções bacterianas agudas na pele
  • pacientes adultos e pediátricos (de 3 meses a 18 anos) com pneumonia bacteriana adquirida na comunidade

O novo antibiótico foi testado em diferentes cenários randomizados e duplo-cegos, em vários países, sempre em comparação com outros medicamentos disponíveis no mercado. Para todos os cenários em que foi aprovado, o Zevtera apresentou segurança e eficácia comparáveis.

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Ao todo, em casos de bacteremia, 69,8% dos voluntários submetidos ao regime com Zevtera tiveram uma melhora em seus quadros após 70 dias, contra 68,7% daqueles que receberam um regime com daptomicina e aztreonam opcional.

A resposta precoce ao medicamento em casos de infecções na pele também foi medida, com 91,3% dos pacientes submetidos ao Zevtera tendo resultados em até 72 horas. Nos submetidos ao regime comparativo, com vancomicina e aztreonam, o número ficou em 88,1%.

Já no teste para casos de pneumonia, 76,4% dos pacientes que usaram Zevtera apresentaram cura clínica num período de 7 a 14 dias após o fim dos medicamentos. O número foi de 79,3% naqueles que receberam os antibióticos de comparação, neste caso ceftriaxona com linezolida opcional.

Cuidados ao usar antibióticos

Mesmo com a devida aprovação das autoridades regulatórias, o uso de qualquer antibiótico deve ser sempre feito sob orientação médica.

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O medicamento também precisa ser utilizado até o fim do período prescrito pelo especialista, mesmo se os sintomas já melhoraram – é um passo fundamental para prevenir a resistência dos micróbios.

Efeitos colaterais reportados para o Zevtera incluíram náusea, diarreia, dores de cabeça e tontura, além de inflamação na área de aplicação da injeção. Pacientes com histórico de hipersensibilidade ou alergia a algum dos componentes do antibiótico também devem evitar seu uso.

No Brasil, a aprovação do ceftobiprol (princípio ativo do Zevtera) ainda está sob análise.

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