Sabia que o genoma das células do câncer é diferente do DNA de células saudáveis? Para entender essas particularidades, cientistas do mundo inteiro uniram forças para ler os genes de 33 tipos de tumores, no projeto The Cancer Genome Atlas.
Finalizado em 2015, o trabalho revelou várias mutações que estão relacionadas com a doença. Para 2018, a expectativa é que sejam liberados dados mais aprofundados sobre a parte mais ativa do DNA tumoral.
“Trata-se do exoma, que representa 3% do genoma e é a parcela que codifica as proteínas”, ensina o biólogo Emmanuel Dias-Neto, do A.C.Camargo Cancer Center (SP). Esses novos achados podem resultar na criação de terapias inéditas.
E vem mais coisa bacana por aí. “Outro projeto vai cruzar o DNA do câncer com o histórico do paciente e a efetividade dos tratamentos que ele fez, nos levando a uma melhor compreensão da doença”, antevê o cientista.
O que já se descobriu com o Atlas do Câncer
Bases moleculares: tumores “distantes”, como de ovário e de mama, por exemplo, podem ter uma forma idêntica de se originar e evoluir.
Novos nomes e divisões: em vez de classificar o câncer pelo local em que ocorre, a tendência é caracterizá-lo pelo tipo de mutação.
Alvos terapêuticos: já começaram a aparecer os primeiros remédios que miram em um alvo bem específico dentro das células do câncer.