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Dois novos remédios para câncer de próstata são aprovados

O tratamento dessa doença ganha novas opções. Uma delas foi liberada aqui no Brasil, enquanto a outra só está disponível nos Estados Unidos

Por André Biernath
Atualizado em 1 nov 2019, 10h57 - Publicado em 23 fev 2018, 19h10
câncer de próstata exame PSA
Fármaco diminui em mais de 70% o risco de metástase ou morte (Ilustração: Érika Onodera/SAÚDE é Vital)
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O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor que mais afeta os homens e ainda mata 13 mil brasileiros todos os anos. Por mais que o tratamento tenha avançado bastante nos últimos tempos, existem casos muito difíceis em que não resta muita coisa a ser feita. E é aí que entra a apalutamida, uma droga da farmacêutica Janssen recém-liberada pelas agências regulatórias americanas.

Ela mostrou poder de fogo numa situação bastante específica. Imagine um paciente que passou inicialmente por radioterapia, hormonioterapia ou cirurgia e, após alguns meses, viu seu câncer voltar. Os médicos percebem a recidiva por meio de um exame de sangue que mede os níveis de PSA. Quando essa enzima está muito alta, é sinal de problema.

Na sequência, os protocolos indicam uma segunda rodada de hormonioterapia, cujo objetivo é cortar a ação da testosterona, hormônio que é “sequestrado” para que o tumor continue crescendo. Infelizmente, existe uma parcela de indivíduos que não se dá bem com esse plano B e, algumas semanas depois, a doença dá mostras de que ainda está firme e forte na próstata, segundo os números do PSA.

O próximo passo é a metástase. Em outras palavras, o tumor começa a migrar para outras áreas do corpo. Eis que o comprimido apalutamida age antes desse momento, como uma terceira tentativa de resposta antes que as células cancerosas resolvam se espalhar pelos quatro cantos do organismo e complicar ainda mais o quadro.

“Até agora, a única coisa que nos restava após as duas rodadas de tratamento era esperar a metástase e, aí sim, usar os medicamentos disponíveis para tratar a enfermidade nesse estágio mais avançado”, diz o urologista Rodolfo Borges dos Reis, da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto.

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Os estudos que serviram de base para a liberação do novo medicamento foram realizados em 26 países e envolveram 1 200 voluntários. Dois terços deles engoliram os comprimidos de apalutamida, enquanto o terço restante tomou pílulas de mentirinha. Aqueles que receberam o fármaco de verdade tiveram uma redução de 72% no risco de metástase ou morte.

Os resultados foram publicados no prestigiado periódico científico The New England Journal of Medicine e apresentados durante um simpósio da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. A droga já está disponível nos Estados Unidos desde 14 de fevereiro. A Janssen espera que ela chegue ao Brasil ao longo de 2019.

Lançamento em terras tupiniquins

A farmacêutica também anunciou uma boa-nova que beneficia diretamente os pacientes brasileiros. A droga acetato de abiraterona agora pode ser usada numa etapa mais inicial do câncer de próstata. Já liberada desde 2012 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ela só era prescrita para quem já estava com a enfermidade em estágios bem avançados.

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Mas novas pesquisas demonstraram que o uso dela em conjunto com a hormonioterapia no começo do tratamento diminuía o risco de morte em 38%”, conta Reis. Além disso, o novo esquema foi capaz de postergar o início de outros recursos terapêuticos, como a quimioterapia, em 56% das vezes. Assim como a apalutamida, a abiraterona é um comprimido tomado uma vez ao dia.

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