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Doença de Chagas: conheça os principais sintomas e a forma de transmissão

Doença causada pelo parasita do inseto barbeiro tem tratamento dificultado se não for controlada ainda nos estágios iniciais

Por Valentina Bressan
5 jul 2024, 17h00
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Considerada uma doença negligenciada, o Chagas tem o barbeiro como vilão da transmissão, mas o verdadeiro agente causador é um protozoário (Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins/Reprodução)
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Você já deve ter ouvido falar que a doença de Chagas é causada pelo barbeiro, inseto também chamado de “chupão” ou “bicudo”. Mas não é bem assim: a doença é, na verdade, causada por um protozoário – o Trypanosoma cruzi –, que usa o inseto como vetor.

Depois da contaminação, o parasita se instala no sangue periférico e nas fibras musculares do corpo, e pode se alojar nos sistemas cardíaco e digestivo. Se a doença não for tratada, pode causar complicações graves.

+Leia também: O necessário esforço para eliminar doenças negligenciadas

Sintomas da doença de Chagas

Os sintomas variam de acordo com a fase da doença, que pode ser aguda ou crônica. Na maioria das vezes, a condição é assintomática.

Na fase aguda, que dura de três a oito semanas, a doença de Chagas pode se manifestar das seguintes formas:

  • Febre por mais de 7 dias;
  • Dor de cabeça;
  • Fraqueza e falta de apetite;
  • Inchaço no rosto e nas pernas;
  • Distúrbio cardíaco;
  • Aumento do baço e do fígado;
  • Inflamação das meninges;
  • Lesão parecida com um furúnculo no local da picada do barbeiro.

Em crianças, a fase aguda pode se agravar e levar à morte.

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A fase crônica ocorre quando a doença não é tratada no início. Pode-se viver durante anos com a doença “silenciosa”, sem sintomas.

A fase crônica é classificada em cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva, de acordo com os danos causados ao organismo a longo prazo. Quando há sintomas, eles incluem insuficiência cardíaca, o crescimento anormal do coração e problemas digestivos, como o megacólon e megaesôfago.

Como acontece a transmissão?

A doença de Chagas é transmitida por meio do contato com o parasita – o protozoário que, muitas vezes, está presente nas fezes do inseto barbeiro. Uma forma comum de infecção é a picada do barbeiro: depois de sugar o sangue, o inseto defeca na pele. Ao coçar, a pessoa acaba espalhando as fezes do barbeiro e abrindo os caminhos para o Trypanosoma cruzi.

O protozoário pode ainda entrar no organismo pela mucosa dos olhos, nariz e boca. A ingestão de carne e outros alimentos contaminados é outra forma de transmissão que era considerada menos comum, mas está crescendo.

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Grávidas podem transmitir o parasita para os bebês através da placenta, e a transfusão com sangue contaminado também gera infecção.

O tempo de incubação varia de acordo com a forma de transmissão, e pode levar de 3 a 40 dias.

Chagas no açaí

Em 2020, um estudo mostrou que o consumo de açaí contaminado havia ultrapassado a picada do barbeiro como principal forma de transmissão.

A mudança de perfil é um fator importante para que os médicos fiquem atento aos sintomas de um modo mais amplo, e não apenas em áreas mais afetadas pela doença.

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Doença de Chagas tem cura?

O diagnóstico da doença é feito a partir dos sintomas e de fatores de risco. Um exame de sangue pode confirmar o caso. Existem medicações que podem curar a doença, mas elas são mais efetivas quando utilizadas na fase inicial da infecção. Com o passar do tempo, as reações adversas aos remédios aumentam, dificultando uma cura definitiva.

Em pacientes crônicos, a medicação pode evitar a progressão da doença de Chagas e impedir a transmissão de mãe para filho. Complicações decorrentes da infecção também devem ser tratadas.

O principal fator de risco para a infecção é residir em casas de estuque, pau a pique ou madeira. Isso porque o inseto se aloja na mata, embaixo de pedras, em frestas, buracos na parede, depósitos, camas, colchões e baús.

Se você suspeita de infecção, especialmente se vive em áreas endêmicas para a doença de Chagas, procura a Unidade de Saúde mais próxima – se você conseguir capturar o barbeiro (utilizando luvas!) e colocá-lo em um pote de plástico, isso pode ajudar a confirmar a suspeita antes da análise laboratorial.

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