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Damaris Vitória Kremer: quando o câncer de colo de útero acomete jovens

Jovem que passou seis anos presa injustamente morreu apenas 74 dias após ser inocentada. Câncer teria evoluído sem tratamento adequado na cadeia

Por Maurício Brum
Atualizado em 4 nov 2025, 10h55 - Publicado em 4 nov 2025, 10h50
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Presa preventivamente em 2019, Damaris começou a ter sintomas do câncer ainda na cadeia (Redes sociais/Reprodução)
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O caso de Damaris Vitória Kremer da Rosa, jovem que morreu aos 26 anos pouco após ser inocentada por um crime que a levou à cadeia injustamente, comoveu o Brasil.

Presa preventivamente em 2019 por suposta participação em um homicídio, ela passou seis anos lutando por justiça. Nesse período, acabou sendo diagnosticada com câncer do colo do útero, doença que acabou por vitimá-la apenas 74 dias depois de ser absolvida.

O episódio chamou atenção para uma doença que afeta muitas mulheres jovens e, no caso de Damaris, não recebeu o cuidado médico adequado em função do período em que esteve presa pelo crime que não cometeu.

Câncer de colo do útero é risco para mulheres jovens

Embora seja considerado um tumor raro antes da quarta década de vida, o câncer do colo do útero é especialmente grave quando ocorre em mulheres jovens. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), trata-se do tumor ginecológico mais incidente, e o câncer que mais mata mulheres de até 36 anos, que muitas vezes não suspeitam da doença até ser tarde demais.

+Leia também: Câncer do colo do útero: o risco invisível para mulheres jovens

O principal fator de risco para desenvolver esse tumor é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que hoje pode ser prevenida através da vacinação, realizada no começo da adolescência. No entanto, a adesão ao imunizante ainda fica abaixo do pretendido pelas autoridades, especialmente entre os meninos (que também precisam se vacinar, mesmo não tendo útero, já que podem transmitir o HPV pelo contato sexual).

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Exames como o papanicolau e, mais recentemente, o teste DNA-HPV, são utilizados no rastreamento para detectar alterações sugestivas de um risco de câncer. Mulheres devem ficar atentas a verrugas genitais, desconforto na região atingida e sangramentos vaginais fora do comum. Mesmo assim, visitas periódicas a um ginecologista são fundamentais, pois muitas infecções por HPV evoluem de forma assintomática.

Relembre o caso de Damaris Vitória Kremer

Damaris Vitória Kramer da Rosa foi presa preventivamente em agosto de 2019, acusada de participação no homicídio de Daniel Gomes Soveral, ocorrido no ano anterior em Salto do Jacuí, no interior do Rio Grande do Sul.

Ela foi acusada de atrair a vítima para o local onde Daniel acabou morto. A defesa de Damaris, porém, sempre sustentou a inocência da jovem, afirmando que ela não teve qualquer participação no crime em si. De acordo com os advogados de Damaris, ela havia contado ao namorado da época que tinha sido estuprada por Daniel, e foi o parceiro quem cometeu o crime em retaliação, sem envolvimento da jovem.

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Ao longo dos seis anos seguintes, Damaris lutou por recuperar a liberdade, mas a revogação da prisão foi repetidamente indeferida mesmo com seus problemas de saúde aumentando. Apenas em março de 2025 ela conseguiu ter sua prisão preventiva convertida em domiciliar.

Finalmente, em agosto de 2025, o Tribunal do Júri absolveu Damaris de todas as acusações, por falta de provas de seu envolvimento no homicídio. No entanto, seu câncer já havia avançado muito quando a jovem foi declarada inocente, e ela acabou falecendo apenas 74 dias depois.

A família alega que ela não recebeu o cuidado médico adequado na prisão, e o diagnóstico definitivo do câncer veio muito mais tarde do que deveria, prejudicando o acesso ao tratamento que poderia salvar sua vida.

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