Cresce a relevância do monitoramento remoto na jornada de cuidados
Sensores em dispositivos vestíveis e aplicativos são ferramentas que permitem coletar dados e checar à distância o estado geral de saúde
A era dos dispositivos vestíveis, como relógios e pulseiras inteligentes conectados a aparelhos celulares, impacta a medicina e empodera as pessoas na gestão da própria saúde.
Da checagem de a quantas anda a frequência cardíaca à contagem de calorias ingeridas, não faltam acessórios que auxiliam o automonitoramento de atividades diárias e lembram a importância de fazer o corpo se mexer, beber água, dormir bem e zelar pelo controle do estresse.
Os avanços nessa área já sinalizam inclusive a possibilidade de quantificar nutrientes e personalizar dietas. É o que promete, por exemplo, um chip bioeletrônico que vem sendo desenvolvido no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, no interior paulista.
De acordo com os pesquisadores, a solução permite verificar de forma simples os níveis de vitaminas C e D no organismo, dois importantes nutrientes no que diz respeito ao sistema imunológico. Por meio de sensores conectados a um dispositivo, o chip é inserido em uma amostra de saliva e em cerca de 20 minutos é possível ver o resultado.
A ideia é chegar a um modelo em que a resposta seja apresentada em um acessório vestível. Os dados coletados podem ainda transformar o biossensor em uma ferramenta complementar para auxiliar profissionais de saúde na avaliação de eventuais deficiências nutricionais de seus pacientes.
Tecnologia no monitoramento de doenças
Esse tipo de estratégia é particularmente aplicada no contexto de doenças crônicas, como pressão alta e diabetes. É o caso de um aplicativo batizado de Elfie, desenvolvido por uma startup internacional e que pode ser instalado gratuitamente no Brasil.
Voltado a pessoas com problemas cardiovasculares, ele permite cadastrar dados de pressão, criando um diário digital, além de emitir alertas sobre o horário de tomar os medicamentos – promovendo maior adesão ao tratamento. As informações podem ser compartilhadas com o médico, possibilitando um acompanhamento mais frequente e preciso da rotina do paciente.
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Produtos classificados como dispositivos médicos precisam passar pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Aplicativos para medição de pressão arterial, frequência cardíaca e de sinais de eletrocardiograma, que podem detectar problemas no coração, entram nessa lista, sempre com a ressalva de que os resultados apurados devem ser interpretados por profissionais de saúde e não substituem uma consulta médica.
Para avaliar o impacto real dessas inovações no manejo da saúde da população, surgem parcerias entre instituições médicas e empresas de tecnologia, como a anunciada pelo Instituto do Coração (InCor), ligado à USP, e a Samsung. O projeto, iniciado em 2022, permite à equipe do hospital captar e armazenar em bancos de dados os sinais clínicos de pessoas no período pré e pós-cirurgia cardíaca.
A ideia é que a estratégia possa gerar benefícios como diminuir o tempo de internação e identificar rapidamente eventuais complicações pós-operatórias, acelerando as medidas para vencer os contratempos.
Iniciativas como essas estão no radar dos organizadores do Prêmio VEJA SAÚDE Oncoclínicas de Inovação Médica 2024, que recebe indicações de trabalhos em oito categorias.
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